Pedro Nuno, que tem uma "ótima" relação com Costa, quer Operação Influencer resolvida "o quanto antes"

21 nov 2023, 23:04
Pedro Nuno Santos (DR)

Candidato à liderança do PS não quer impor prazos, mas deixa garantias para transparência numa possível liderança futura

Uma “equipa eticamente irrepreensível”. Essa é a tática de Pedro Nuno Santos para evitar novos escândalos judiciais num possível governo do PS, depois do que aconteceu com José Sócrates e António Costa.

Em entrevista à TVI e à CNN Portugal, o candidato à liderança do PS garante que a idoneidade da sua equipa, caso venha a ser primeiro-ministro, será uma “preocupação desde o primeiro minuto e até ao fim”.

Isto mesmo apesar de considerar que António Costa foi “o primeiro traído” pelo seu chefe de gabinete, Vítor Escária, que tinha mais de 75 mil euros guardados em São Bento.

Depois das palavras fortes de figuras socialistas como o presidente da Assembleia da República, que pediu celeridade nas investigações ao primeiro-ministro, à margem da Operação Influencer, Pedro Nuno Santos mostrou-se mais comedido que alguns dos seus parceiros de partido.

“Não sou eu que vou impor prazos”, afirmou, dizendo que está “tão preocupado como os portugueses”, mas pedindo “tempo” para a justiça, mesmo que seja “importante que os portugueses saibam” o que aconteceu em concreto neste caso, que fez cair o Governo.

Sem fazer pressões sobre a investigação, nomeadamente a aquela que decorre de forma autónoma no Supremo Tribunal de Justiça, encarregado de investigar António Costa, Pedro Nuno Santos deixou escapar que espera ver a situação resolvida “o quanto antes”.

“Continuo com o mesmo nível de preocupação. Mas acho, sinceramente, que devemos respeitar o tempo da justiça e que devemos respeitar a presunção de inocência de todos os desenvolvidos”, acrescentou.

Apesar dos fantasmas colocados pelas operações judiciais que atingiram José Sócrates e António Costa – o primeiro de forma direta – Pedro Nuno Santos rejeita que estes casos possam minar a confiança dos portugueses no PS, até porque a legislatura não caiu por uma questão económica ou social, tal como não caiu por um “descontentamento generalizado” da população.

“Ao fim destes oito anos há marcas muito importantes. Temos muitos problemas por resolver. Mas não podemos ignorar que foram anos em que se criaram mais de 600 mil postos de trabalho e a economia portuguesa cresceu acima da média europeia. António Costa deixa um legado muito importante para o país”, argumentou.

Ainda assim, e numa clara manifestação de apoio ao homem que esteve à frente do executivo nos últimos oito anos, Pedro Nuno Santos disse que nada se deve sobrepor às "marcas positivas do legado de António Costa".

Sobre a relação com o ainda primeiro-ministro, o homem que lhe quer suceder garante que é "ótima", mesmo que a saída do Governo se tenha feito debaixo de polémicas.

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