Tribunal deu como provados cinco dos seis crimes de que Chun Ki-won era acusado
Chegou a ser visto como um herói depois de ter conseguido libertar centenas de norte-coreanos. Agora, o pastor sul-coreano Chun Ki-won, 67 anos, foi condenado a cinco anos de prisão por abusar sexualmente de adolescentes que fugiram da Coreia do Norte.
Além da pena de prisão, Chun Ki-won tem de se sujeitar a 80 horas de tratamento para agressores sexuais e não pode trabalhar com crianças, jovens ou pessoas com incapacidade durante cinco anos, informa o NK News.
Durante décadas, Chun Ki-won cultivou a imagem de salvador, tendo mesmo sido apelidado "Schindler asiático", por conseguir ajudar quem queria sair da Coreia do Norte - numa comparação a Oskar Schindler, que salvou mais de mil judeus durante o Holocausto.
Em setembro de 2023, Chun Ki-won foi detido em Seul depois de ser acusado de molestar seis adolescentes norte-coreanos, incluindo alguns que dormiam no colégio interno que fundou na sua missão de Durihana.
Apesar de o pastor negar a autoria dos crimes, o tribunal não teve dúvidas em condená-lo. "As vítimas estão a fazer declarações consistentes e incluem conteúdo que não pode ser afirmado sem uma experiência em primeira mão das circunstâncias", disse o juiz Seung-jeong Kim, do Tribunal Distrital Central de Seul, citado pela BBC. Para o magistrado, Chun cometeu os crimes aproveitando-se da posição que ocupava.
Chun Ki-won foi considerado culpado de cinco dos seis crimes de abuso de que era acusado - um dos casos foi arquivado por falta de provas.
As vítimas tinham entre 13 e 19 anos e os abusos ocorreram entre 2016 e 2023, aponta o NK News, acrescentando que um voluntário testemunhou os abusos e encorajou os jovens a apresentar queixa contra Chun.
O pastor fundou a Durihana, uma das mais importantes organizações não governamentais sul-coreanas. Em 2009 criou uma escola alternativa para os filhos dos desertores norte-coreanos.
