DGS sobre as máscaras: «Nenhuma medida isolada é milagrosa»

3 abr 2020, 13:35
Graça Freitas, diretora-geral da Saúde

Graça Freitas admite alterar recomendações sobre uso de máscaras, mas diz que isso não vai impedir que seja necessário distanciamento social

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, foi esta sexta-feira questionada sobre as críticas do presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas à posição da Direção-Geral da Saúde de não aconselhar máscaras de proteção em geral para fazer face à pandemia de covid-19.

A DGS começou por dizer que «Portugal está alinhado com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças e com a literatura médica e cientifica».

«Sempre dissemos que se houvesse evidências novas, iriamos de acordo com essas evidências», frisou Graça Freitas na conferência de imprensa diária em que faz o ponto da situação da covid-19 em Portugal.

A responsável deixou, contudo, um aviso: «O que sabemos inequivocamente é que não há uma única medida que seja completamente eficaz. É apenas com um conjunto de medidas que conseguimos aplanar a curva e baixar o número de casos em cada semana. Nenhuma medida isolada é milagrosa».

«Usar uma máscara, se vier a ser recomendado internacionalmente, e nós obviamente seguiremos as recomendações internacionais, não nos vai impedir do distanciamento social», apontou Graça Freitas, acrescentando: «Recordo aqui que a cidade de Wuhan, que é dada como grande exemplo de controlo da epidemia, em determinada altura, as pessoas não andavam na rua, nem com máscara, nem sem máscara. Estavam confinadas à sua residência. Só um pacote, ou um conjunto de orientações será eficaz».

Na mesma conferência, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, revelou que o Governo encomendou mais material de proteção.

«Está prevista a chegada faseada de 24 milhões de máscaras cirúrgicas até final de Abril e 1,8 milhões de máscaras FFP2 até final do mês de Maio. Para além desta aquisição do mercado externo, contamos com a produção interna. A indústria nacional tem mostrado disponibilidade para adaptar a sua capacidade produtiva para equipar o sistema de Saúde. Saudamos essas empresas pela capacidade de adaptação em cenário de crise», afirmou António Lacerda Sales.

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