Covid-19: Pode-se faltar ao trabalho? É obrigatório teste? Um guia para recordar o que deve fazer quando está infetado

22 set 2023, 08:00
Covid-19 (Getty Images)

Há novas variantes e o número de infetados subiu no verão. O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública explica que medidas estão em vigor e o que se deve ou não fazer

O número de infetados com covid-19 tem aumentado, sendo que as novas variantes da covid-19 que andam a circular no pais são mais contagiosas. O presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Gustavo Tato Borges, explicou, numa entrevista à CNN Portugal, quais são hoje em dia as medidas recomendadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e o que deve fazer quando se suspeita de estar infetado ou testar positivo ao Sars-Cov-2. 

Quais são as medidas atuais em vigor relativamente ao isolamento, à realização de testes antigénio e à utilização das máscaras?

Conforme a decisão do governo, atualmente não há nenhuma medida em vigor, seja para quem está com covid-19 ou quem esteve em contacto com um indivíduo infetado. Sendo assim, uma pessoa contaminada com o vírus não é obrigada a ficar em isolamento, nem precisa reportar a sua situação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), assim como quem esteve em contacto com uma pessoa infetada não precisa fazer qualquer teste respiratório de despiste do SARS-CoV-2. 

Embora não exista nenhuma medida implementada, permanecem as recomendações. Se estiver a sofrer de alguma infeção respiratória, seja gripe ou covid-19, tendo em conta os sintomas que apresente, procure diminuir o risco de transmissão com o uso de máscara, a desinfeção das mãos, o distanciamento físico e a ventilação natural dos espaços. No caso de sintomas mais fortes, é pertinente contactar o médico de família. 

Quanto às crianças, as medidas são as mesmas. Não são obrigadas a ficar em isolamento, mas recomenda-se a utilização de máscara nas escolas para evitar o risco de contágio. 

As pessoas infetadas podem ir trabalhar?

Podem, mas seguindo as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS). Neste momento, as faltas justificadas por contaminação do vírus já não existem. As baixas por covid-19 passaram a ser pagas da mesma forma que são pagas as baixas médicas por outras doenças. O SNS24 começou a emitir baixas por doença, mas tendo em consideração que não podem ultrapassar os três dias consecutivos e só podem ser pedidas duas vezes por ano.

Os testes rápidos antigénio e testes PCR ainda são comparticipados pelo Estado?

Não. A oferta destes tipos de equipamentos deixaram de ser comparticipados pelo Estado, por isso a população tem de comprar testes rápidos antigénio em estabelecimentos próprios, por exemplo nas farmácias. É de recordar que a linha SNS24 deixou de passar requisições para testes de despiste.

Qual foi a norma mais recente imposta pela DGS sobre cuidados com a covid?

Entre as últimas normas estabelecidas pela Direção-Geral de Saúde (DGS), destaca-se a campanha de vacinação sazonal que irá decorrer a partir do dia 29 de setembro em simultâneo com a da gripe, sendo que ambas são gratuitas para todas as pessoas com mais de 60 anos e outros grupos prioritários que a DGS irá definir. Segundo as recomendações da DGS, a administração da vacina contra a covid-19 deve ser feita com um intervalo mínimo de três meses relativamente à infeção ou à sua última vacinação.

Como estão os casos de covid-19 atualmente?

Na altura em que os testes antigénio eram obrigatórios, era possível ter um conhecimento concreto do número de casos. Contudo, desde que deixaram de ser obrigatórios, só temos perceção da 'ponta do iceberg', particularmente as pessoas que acabam internadas ou as que vão para as urgências. 

Ainda assim, desde o final de julho que os casos têm aumentado, mas atualmente já estão a estabilizar-se. De qualquer forma, é recomendado à população um certo cuidado. 

Relativamente aos óbitos, Portugal está com uma média diária de dez óbitos por covid-19. ’Não é extremamente preocupante, sendo que o número já foi muito mais elevado do que é agora.

Que cuidados devemos ter?

É necessário ter em atenção as pessoas mais vulneráveis, particularmente os idosos, as grávidas, as crianças com menos de dois anos e os indivíduos não vacinados. O facto de que o inverno e o frio estão a aproximar-se, as pessoas têm a tendência de ficar mais em espaços fechados, o que pode aumentar o risco de transmissão, daí ser necessário uma melhor ventilação natural dos espaços. 

As novas variantes são preocupantes?

Há duas novas variantes que são as mais contagiosas até ao momento, sendo que uma encontra-se na mesma linhagem que as últimas variantes e a outra faz parte de uma linhagem diferente. Os números de casos continuam a apontar para um perfil de gravidade baixo, como a variante Ómicron, mas que ainda assim é necessário estar em alerta por serem mais transmissíveis. A infeção por covid-19 aumentou em agosto potenciado pelas novas variantes que são mais contagiosas, mas os especialistas sublinham que não é sinal de alarme e que a maioria da população está protegida.

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