Covid-19: Portugal começa em maio a recolher sangue de recuperados

4 mai 2020, 14:28
Plasma

China utilizou plasma convalescente no tratamento da doença «com bons resultados», aponta secretário de Estado da Saúde

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou esta segunda-feira que é preciso «continuar a manter a porta de transmissão do vírus completamente fechada».

«Começou hoje o dia um do desconfinamento, mas contamos já com mais de 60 dias a conviver com a covid-19. A economia reabre paulatinamente a partir de hoje à sociedade. Temos de continuar, porém, a manter a porta de transmissão do vírus completamento fechada. Está em cada um de nós. Continuamos a confiar na responsabilidade dos portugueses dentro e fora de casa», disse o governante na conferência de imprensa diária, apelando à população que continue a manter e até a reforçar o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos.

O secretário de Estado da Saúde disse ainda que, desde o dia 1 de março, foram realizados em Portugal cerca de 450 mil testes diagnósticos à covid-19. «O último dia de abril foi o dia com mais testes realizados desde o início da pandemia, mais de 16.200 testes», explicou, adiantando que no mês de abril foi feita uma média de 11.500 testes por dia.

António Lacerda Sales disse ainda que começa este mês em Portugal a colheita de sangue de doentes recuperados em dez unidades distribuídas pelo país. «A transfusão de plasma convalescente já foi feita noutros países, nomeadamente na China, com bons resultados.»

Espanha, Itália, França, Alemanha, Bélgica, Holanda, Estados Unidos, são alguns dos países que também estão já a desenvolver ensaios com plasma convalescente.

Maria Antónia Escoval, presidente do Conselho Diretivo do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, explicou que, na colheita, estarão envolvidos sete serviços em hospitais portugueses, além do Instituto do Sangue.

«A dádiva é feita, como sempre, de forma anónima, mediante um formulário que estará a partir de hoje [segunda-feira] disponível no site do Instituto do Sangue.»

Também presente na reunião, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, avisou que «a viseira não é um método que dispense utilização de uma máscara».

«Protege muito bem os olhos e o nariz, mas já não protege muito bem, porque é aberta em baixo, de espirros», explicou Graça Freitas, alertando ainda: «A máscara deve cobrir a boca e o nariz e não deve ser manuseada quando estiver colocada. Deve pôr-se com muito cuidado com os elásticos com as mãos desinfetadas e, desde logo, ajustada, para não se andar a mexer nela, para não a conspurcar, e depois de ser retirada com cuidado.»

Além disso, «com máscara ou sem máscara, com viseira ou sem viseira, a regra do distanciamento físico mantém-se», sublinhou ainda a diretora-geral.

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