Cientistas descobrem duas novas espécies de invertebrados no arquipélago da Madeira

Agência Lusa , JM
26 jul 2023, 12:28
Funchal, Madeira (imagem Getty)

Investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente descobriram recentemente duas espécies de invertebrados "completamente inéditas para a ciência" no arquipélago da Madeira, segundo anunciaram esta quarta-feira.

Os cientistas do MARE – Centro de Ciência do Mar e do Ambiente descobriram recentemente duas espécies de invertebrados “totalmente novas para a ciência”, no arquipélago da Madeira, indicou esta quarta-feira aquele organismo.

“Ao analisarem amostras de briozoários provenientes de levantamentos de espécies não indígenas em substratos artificiais ao longo da costa sul do arquipélago da Madeira, os investigadores do MARE recolheram informação inédita sobre dez espécies de briozoários. Duas delas, 'Crisia noronhai sp. nov. e Amathia maderensis sp. nov.', foram mesmo descritas pela primeira vez e são, por isso, consideradas novas para a ciência”, lê-se numa nota enviada às redações.

O MARE explica que, enquanto rota de passagem “para muitos navios, as ilhas e os arquipélagos são considerados zonas férteis e propícias à introdução de espécies não indígenas”.

“O arquipélago da Madeira não é exceção e a transferência de espécies entre cascos de embarcações e substratos artificiais na marina é reconhecidamente alta”, acrescenta.

O Centro de Ciência do Mar e do Ambiente realça também que "os briozoários estão entre os grupos mais comuns de invertebrados marinhos que crescem nesse tipo de substrato" e, "normalmente de pequena dimensão, englobam um grande número de espécies sésseis, geralmente incrustantes, que formam colónias em substrato rochoso”.

O MARE refere ainda que nos últimos anos "houve avanços significativos no conhecimento sobre a temática das invasões marinhas no arquipélago, fruto da implementação de um programa de monitorização de espécies não indígenas do MARE-Madeira desde 2013".

“Entre outras vantagens, este estudo destaca a importância dos programas de monitorização nos portos para a deteção precoce de espécies não indígenas e recomenda o incentivo a estudos adicionais que investiguem a identidade e distribuição desses organismos, um importante contributo para a expansão do conhecimento sobre a prevalência de briozoários em áreas de grande biodiversidade”, salienta o MARE na mesma nota.

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