Champions: Manchester City-Sporting, 0-0 (crónica)

9 mar 2022, 22:15

Leão põe o ponto final

Era um jogo para limpar a imagem de um lado, era um jogo para preparar o futuro imediato do outro. Manchester City e Sporting tinham 90 minutos para discutir um resultado que, sabia-se, não ia mudar em nada o rumo da eliminatória. Para se perceber como o campeão inglês olhou para a partida, aos 70 minutos, Ederson deu lugar a Scott Carson que se estreou na baliza dos citizens na temporada.

Ainda assim, defrontar uma das melhores equipas do mundo tem de ser encarado como uma oportunidade para medir a qualidade de uma equipa. A distância do Sporting para o topo do mundo fica, portanto, algures entre o 5-0 de Alvalade e o score desta noite. Fica entre uma equipa que cometeu vários deslizes na primeira mão e uma que foi bem organizada a defender e que ganhou uma boa notícia: Marcus Edwards.

Os adeptos do Sporting e a dupla de Amorim

Antes do jogo, das táticas e escolhas…os adeptos. Os do ManCity encheram o estádio, os do Sporting fizeram-se notar. Nesse sentido, foi uma deslocação representativa do mundo leonino no seu todo, o que permitiu que num cantinho do Etihad se sentisse Alvalade.

As bancadas tiveram mais interesse e emoção do que o relvado em vários períodos do encontro. Com protagonistas de fora nos dois lados, os onzes iniciais trariam sempre novidades. Guardiola lá arranjou um lateral-direito, Amorim apostou em Tabata para a dupla no meio-campo com Ugarte. Slimani e Paulinho voltaram a juntar-se num ataque, como fizeram frente ao Marítimo.

O primeiro tempo foi jogado numa toada desinteressante. Ou seja, não houve emotividade na partida. Houve muita posse de bola dos citizens, o que não é novidade, e muita organização e solidariedade leonina. Riscos? Poucos. Isso com a coordenação do Sporting sem bola retirava frenesim a um ataque inglês que só não tinha marcado em Paris.

A estatística comprovava a ideia, havia poucos remates na partida e só por uma vez existiu sensação de golo: Adán negou-o de forma corajosa a Sterling.

Até que enfim que isto se agita

Havia a expectativa de algumas estreias nesta noite e o jogo foi necessariamente mais mexido quando Guardiola deixou Bernardo Silva no balneário e deu ao jogo Mahrez. O argelino agitou a partida, deu a Gabriel Jesus um golo – viria a ser anulado – e o leão tinha, agora, mais dificuldades para defender-se.

Ruben Amorim respondeu e foi aí que, provavelmente, reside a principal novidade da noite de Manchester, muito mais do empate: Marcus Edwards entrou muito bem no jogo e deixou o Sporting à beira de uma vitória.

Note-se: o City foi sempre perigoso depois de Mahrez entrar, a diferença é que as saídas ofensivas do leão começaram a ter definição nas botas de Edwards. Aos 62, atirou de pé direito para Ederson segurar, aos 73, serviu Matheus Reis para um remate para fora, em plena área do City, aos 77 deixou Paulinho na cara de Scott Carson com um passe genial.

Nessa altura, não se sabia muito bem quem iria vencer o jogo, o que por si só significava que a estratégia resultara, que a imagem da primeira mão estava limpa e que, talvez, talvez o Sporting ainda contribuísse com um pontinho para o ranking português na UEFA.

Quando Stones e depois Sterling atiraram para fora na compensação, o Sporting disse adeus à Champions. Mas pôs alguns milhares ao bolso, um pozinho na corrida pela posição portuguesa na UEFA. Para além disso, com o empate perante os melhores dos melhores, Amorim devolve confiança e fé a um grupo que tem ainda grandes lutas internas para travar.

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