Sobre a operação Influencer, Luís Neves explicou que quando "a investigação começou em 2019" a PJ tinham meios "muito deficitários" e um objetivo diferente do atual
Luís Neves, diretor da Polícia Judiciária, revelou que a Polícia Judiciária "não foi chamada a intervir" no caso das gémeas. Em declarações aos jornalistas à margem da conferência "A defesa da integridade e da transparência no desporto", no âmbito das comemorações do Dia Internacional Contra a Corrupção, o diretor garantiu, no entanto, que "a Polícia Judiciária está sempre disposta" a colaborar e "a receber as investigações que são da sua esfera de competência ou quando proferidas pela Procuradora-Geral da República".
"A Polícia Judiciária não foi chamada a intervir neste caso ainda, mas nós normalmente não falamos do que temos ou que não temos em investigação", afirmou.
Sobre a operação Influencer e o facto de a Polícia Judiciária não estar envolvida na investigação do caso, Luís Neves explicou que quando "a investigação começou em 2019" a PJ tinham meios "muito deficitários" e um objetivo diferente do atual.
"A senhora Procuradora-Geral da República, já há dias aqui neste mesmo local, explicou e já disse o que tinha a dizer, hoje reiterou, a investigação começou em 2019, nós de facto tínhamos meios, conforme ali perceberam, que estávamos muito deficitários, a investigação tem hoje o valor que tem, sobretudo feito por vós, atendendo a quem foi atingido, mas a investigação em 2019 não começou com esse objetivo. Portanto, o Ministério Público evocou a investigação, foi isso que foi feito e fez o seu trabalho e está a fazer o seu trabalho", afirmou.
Mostrando-se otimista, Luís Neves considerou ainda que a Polícia Judiciária "hoje e no futuro próximo e nos próximos anos, estará muito mais capacitada de ter qualquer investigação e de assumir por completo as suas competências".
"Conforme disse, nós passámos um período trágico relativamente à afetação de meios e ao investimento que não foi feito na Polícia Judiciária. A partir de 2020, esse investimento regressou à instituição e isso permite-nos ter reportado a uma investigação. Muitos profissionais, muitos inspectores, muitos peritos para as áreas informáticas e digitais, para as polícias contribuintes financeiras. Estamos a adquirir software e equipamentos para esse trabalho ser mais selo, mais seguro, mais eficaz e para podermos ter mais resultados. Por isso, enquanto diretor nacional, estou muito, mas estou muito otimista no futuro da instituição e, sobretudo, na esfera de combate à corrupção e criminalidade económica ou financeira".