Câmara de Lisboa apresenta na próxima semana medida de transportes públicos gratuitos

Agência Lusa , BCE
12 abr 2022, 20:55
Carlos Moedas. Foto: Andre Kosters/Lusa

Carlos Moedas defende que a gratuitidade dos transportes públicos" é e deve ser uma prioridade”, que se tornou "ainda mais necessária" após a invasão da Ucrânia, para ajudar as pessoas, inclusive devido ao aumento dos preços da energia

A proposta de transportes públicos gratuitos para os mais novos e para os mais velhos residentes em Lisboa deve ser apresentada na próxima semana em reunião de câmara, anunciou esta terça-feira o presidente do executivo municipal, Carlos Moedas (PSD).

“Hoje quero aqui anunciar que na próxima semana estarei em condições de levar à reunião de câmara municipal uma proposta que dá corpo aos transportes públicos gratuitos em Lisboa e isso deixa-me muito feliz”, afirmou Carlos Moedas, no âmbito da prestação de contas à Assembleia Municipal do trabalho enquanto presidente da Câmara de Lisboa.

O autarca disse que a medida de transportes públicos gratuitos para residentes até 23 anos e maiores de 65 anos, um dos compromissos eleitorais da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança) nas autárquicas de setembro de 2021, além de ser de um passo “essencial” na descarbonização, com a situação de guerra na Ucrânia, tornou-se “ainda mais necessária” para ajudar as pessoas, inclusive devido ao aumento dos preços da energia.

“A gratuitidade dos transportes públicos é e deve ser para nós uma prioridade”, declarou o presidente da Câmara de Lisboa, indicando que a proposta foi elaborada com “todos os vereadores sem exceção”, o que inclui os sem pelouro, nomeadamente de PS, PCP, Livre, BE e independente do Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre), Paula Marques.

Bloquistas acusam executivo municipal de “atrasar todo este processo”

Durante a sessão da Assembleia Municipal, Isabel Pires, do BE, acusou a governação PSD/CDS-PP de “atrasar todo este processo” de gratuitidade dos transportes públicos, lembrando que a vereação bloquista apresentou uma proposta neste âmbito em dezembro de 2021, medida que constava do seu programa eleitoral.

“Tenho realmente muita pena, porque o BE fala sempre em relação a mim quase como um ódio visceral, diria eu, porque até nas coisas em que poderíamos estar de acordo há um ódio visceral”, respondeu Carlos Moedas.

O presidente da Câmara de Lisboa reforçou ser “uma pessoa humilde”, que ouve as pessoas, e pediu “alguma humildade” por parte do BE em vez de “estar sempre a atacar”.

“Eu sei que há um jogo do BE em diabolizar determinados atores políticos, não me vai diabolizar, sabe porquê? Porque eu estou com as pessoas na rua”, disse Carlos Moedas, salientando que trabalha “muito bem com todos os outros partidos políticos”, mas que, “infelizmente, com o BE não há capacidade, porque há esta diabolização”.

Antes desta resposta, a intervenção de Carlos Moedas foi de agradecimento a todos os vereadores do executivo.

“Tivemos desde a primeira hora a trabalhar todos os dias, para que isto pudesse acontecer, para termos uma proposta que era tecnicamente viável, que fosse sustentável para que o sistema nunca fosse afetado. O nosso intuito desta negociação, que tivemos com todos, foi chegar a uma medida que não afetasse o sistema metropolitano”, afirmou.

Em comunicado divulgado após a intervenção de Carlos Moedas, a vereadora independente Paula Marques referiu que “nunca foi contactada” sobre a proposta de transportes públicos gratuitos, ainda que concorde com a medida.

“Pode parecer bem o atual presidente do executivo tentar mostrar que tem promovido consensos, mas convém ser rigoroso e não faltar à verdade”, acrescentou.

Dizendo esperar a aprovação da proposta pelo executivo camarário, Carlos Moedas deixou ainda o apelo para que a assembleia municipal também viabilize a medida.

“Que estejamos todos do mesmo lado, porque esta medida não tem cor, esta medida é para as pessoas, esta medida não é dos partidos, é uma medida que temos que fazer e que eu espero ter o apoio de todos sem exceção”, disse.

Para este ano, o orçamento municipal de Lisboa tem inscrita uma dotação de 12 milhões de euros para medidas de transportes públicos gratuitos.

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