Apenas 36% aderiram ao despiste do cancro do cólon e reto e metade das mulheres não fez o rastreio à mama em 2022

3 fev 2023, 00:00
Mamografia (picture alliance/ Getty)

Mais mulheres rastreadas ao cancro da mama e do útero, mas menos pessoas a despistar o cancro do cólon e do reto. Os dados provisórios do Ministério da Saúde apontam para taxas de adesão aos rastreios abaixo do verificado em 2021.

No ano passado, 382.767 mulheres não fizeram a mamografia de rastreio do cancro da mama, o que equivale a 49,5% das convidadas para o despiste daquele que é o cancro mais comum no sexo feminino. 

De acordo com dados provisórios avançados pelo Ministério da Saúde à CNN Portugal e que serão apresentados esta sexta-feira, em 2022 foram convidadas 773.360 mulheres a fazer o rastreio do cancro da mama, das quais apenas 390.767 realizaram mamografia.

Com um maior leque de mulheres elegíveis para o rastreio, a taxa de adesão foi de 50,5% no ano passado, um valor mais baixo do que em 2021, cuja taxa de adesão foi de 54,2%, segundo o Relatório Anual de Acesso a Cuidados de Saúde nos Estabelecimentos do SNS e Entidades Convencionadas de 2021

O rastreio do cancro da mama destina-se à população feminina assintomática com idade entre os 50 e os 69 anos. No rastreio é feita uma mamografia bilateral com dupla leitura.

CANCRO DA MAMA
  Número de pessoas convocadas Rastreios realizados Taxa de adesão

2022

773.360 390.767 50,5%
2021 655.040 355.279 57,2%
2020 276.472 168.964 61,4%
2019 552.322 357.332 64,6%

No que diz respeito ao rastreio do cancro do útero, que tem como população alvo mulheres, assintomáticas, com idade compreendida entre os 25 e os 60 anos, o Ministério da Saúde diz que em 2022 foram convidadas 342.223 mulheres a participar.

A taxa de adesão a este rastreio foi de 94,1%, com 321.888 mulheres a aderir ao exame. Em 2021, foram ainda mais as mulheres a aderir: 95,2%.

CANCRO DO ÚTERO
  Número de pessoas convocadas Rastreios realizados Taxa de adesão

2022

342.223 321.888 94,1%
2021 255.772 243.548 95,2%
2020 129.839 114.718 88,3%
2019 283.368 252.584 89,1%

Aquele que, para já, é o único rastreio que também inclui homens, o do cancro do cólon e reto, teve, em 2022, 486.140 pessoas inscritas

Dos utentes convidados, “177.203 foram rastreados com pesquisa de sangue oculto nas fezes [PSOF]”, o que, segundo o Ministério da Saúde, mostra “uma quebra de 6,1%, com menos 11.519 rastreios realizados” face a 2021.

“A taxa de adesão a este rastreio é de 36,5%”, diz a tutela liderada por Miguel Pizarro. 

CANCRO DO CÓLON E RETO
  Número de pessoas convocadas Rastreios realizados Taxa de adesão

2022

486.140 177.203 36,5%
2021 376.706 188.722 50,1%
2020 247.068 88.028 35,6%
2019 384.542 129.056 33,6%

O Ministério da Saúde está a “avaliar a possibilidade de alargar os atuais rastreios a outros tipos de cancros”, como é o caso do cancro do pulmão, do cancro da próstata e do cancro gástrico, uma análise que, diz a Tutela, “terá em conta as recomendações do Conselho da União Europeia, tendo em vista a atualização das orientações de 2003 sobre o rastreio do cancro e também os recursos e modelos de organização disponíveis no sistema de saúde”.



 

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