Banco público está perto de fechar a compra do edifício WellBe no Parque das Nações, que será a nova sede da instituição. Contrato de promessa será assinado em novembro. BdP também estava interessado
O Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos disputaram o mesmo edifício de escritórios em Lisboa, o WellBe, para mudar as respetivas sedes. E foi o banco público quem ganhou a corrida.
O ECO sabe que o banco liderado por Paulo Macedo está prestes a fechar negócio para a compra do WellBe por valores que deverão situar-se entre os 160 e 170 milhões de euros, sendo que o contrato de promessa de compra e venda deverá ser assinado em novembro. O Parque das Nações será, então, o destino mais certo para a CGD quando sair das instalações na João XXI, algo que está previsto acontecer até 2026, para que o Governo ocupe o edifício.
O ECO apurou ainda que estão já em curso conversações para que o imóvel, em construção desde janeiro deste ano, seja adaptado às funcionalidades do banco. O WellBe é um dos vários projetos dos promotores belgas Atenor e Besix Red em Portugal e fica localizado na Avenida D. João II. As obras do edifício, que vai contar por 11 pisos com capacidade para 3.200 trabalhadores, devem ficar concluídas em 2025.
Com uma área total de 27.635 metros quadrados, além dos escritórios, o projeto do WellBe prevê espaços verdes, 1.240 metros quadrados destinados a lojas, 1.865 metros quadrados de terraços, a que se somam 267 lugares de estacionamento privado acrescidos de 129 lugares de estacionamento público, parque para bicicletas, duches e cacifos para os trabalhadores e ginásio.
Questionada pelo ECO a Caixa Geral de Depósitos disse que “não tomou uma decisão definitiva quanto à futura localização para a nova sede” e que “a decisão, quando existir, será partilhada com os stakeholders.
O mesmo edifício tinha despertado o interesse do Banco de Portugal, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. O supervisor há largos meses procura uma solução para instalar os trabalhadores que estão hoje na Rua Castilho e na Avenida Almirante Reis.
Com o WellBe fora de hipótese, o regulador está agora a analisar outros cenários, sendo que a solução na Avenida de Berna será a menos provável. O ECO apurou que esta seria a que implicava uma despesa mais pesada e seria a mais demorada, tendo em conta que o terreno previsto na Av. de Berna está ocupado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova pelo edifício onde durante anos funcionou o centro de recrutamento do Exército, havendo ainda uma parcela que está ocupada pelo hospital Curry Cabral.
Para acomodar o Banco de Portugal naquele local seria necessário demolir todos estes edifícios para reconstruir as novas instalações.
Em cima da mesa estão agora várias soluções. Uma delas é o terreno comprado em 2018 pelo Banco de Portugal por 42 milhões de euros, junto à Quinta de Bensaúde, na esquina entre a Avenida Lusíada e a Estrada da Luz. Outro cenário pode passar por outro edifício no Parque das Nações.
Há dois anos que o imóvel na Avenida Almirante Reis está em risco de queda de betão no chão, estando, desde então rodeado por andaimes, escreveu em 2021 o Público.
E em agosto, o Expresso escreveu que, segundo o portal Base, o supervisor contratou “serviços de consultoria para diagnóstico estrutural do Edifício Portugal, localizado em Lisboa”, mas que a remodelação custaria vários milhões.
Também no edifício da Rua Castilho o regulador vai ter uma fatura de 934 mil euros, acrescidos de IVA, com despesas de manutenção.
Ao ECO, o Banco de Portugal disse apenas que “a decisão sobre o novo edifício do Banco de Portugal mantém-se em estudo” recusando comentar o interesse no edifício WellBe.