Béla Guttmann: genocídio e glória, com Eusébio pelo caminho

18 mai 2017, 23:15
Béla Guttmann

Autor inglês classifica o treinador bicampeão europeu pelo Benfica como uma «super-estrela»

David Bolchover, autor inglês, decidiu escrever um livro sobre a vida de Béla Guttmann, treinador bicampeão europeu pelo Benfica em 1961 e 1962: «The Greatest Comeback: From Genocide to Football Glory: The Story of Béla Guttmann.»

A obra está a ser lançada em Inglaterra e recorda o drama que o treinador húngaro enfrentou, sobrevivendo ao Holocausto.

Pelo caminho, reproduz vários testemunhos interessantes sobre a fase de glória no Benfica, como os encontros inesperados que permitiram a Béla Guttmann ouvir falar de um tal de Eusébio.

Diz o autor, segundo um excerto publicado esta quinta-feira pelo The Guardian, que Béla Guttmann estava num barbeiro quando encontrou José Carlos Bauer, treinador do Ferroviária do Brasil.

«Ele saudou-me, disse-me que estava a fazer um tour em Lisboa e que seguiriam em breve para África. Pedi-lhe para me avisar se viesse algum jogador talentoso por lá. Um mês depois, estava novamente no barbeiro e aparece-me o Bauer», recordou o húngaro, mais tarde.

Foi José Carlos Bauer a falar-lhe, naquele local improvável, sobre o Pantera Negra.

«Bem, vi um rapaz negro em Moçambique...queria ficar com ele para mim, mas aqueles loucos estavam a pedir 20 mil dólares por ele. Como se chama? Eusébio...»

O resto é história bem conhecida. Cobiçado igualmente pelo Sporting, Eusébio assinou pelo Benfica, viu o clube encarnado conquistar a Taça dos Campeões Europeus em 1960 e contribuiu para o segundo troféu consecutivo, no ano seguinte.

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