«Eu quero dar mais à equipa, mas Schmidt prende-me a todo o tipo de tarefas»

16 mar, 11:13
Arouca-Benfica (MANUEL FERNANDO ARAUJO/LUSA)

Orkun Kökçü diz que já mostrou no futebol dos Países Baixos como pode ser importante para uma equipa se souberem utilizá-lo da forma correta

Kökçü deu este domingo uma entrevista ao De Telegraaf, na qual deixou bastante claro que está triste e frustrado no Benfica. Na base de tudo, garante o turco, está o facto de Roger Schdmit não lhe ter dado a importância na equipa que lhe prometeu, fazendo-o até jogar a trinco, obrigado a correr atrás dos adversários e preso a tarefas defensivas.

«Sou o tipo de jogador de futebol que tem mais rendimento para a equipa se me derem liberdade. Eu quero dar muito mais à equipa. Basta recordar como joguei muito melhor na época em que fui campeão com o Feyenoord, até mesmo nos jogos europeus. Mesmo durante o Ramadão, como estou a viver agora, eu estava a jogar melhor do que no Benfica», frisou.

«Schmidt prende-me demais a todo tipo de tarefas [defensivas]. E isso não é positivo se quiserem realmente tirar rendimento das minhas qualidades. Eu sou o tipo de jogador que encontra soluções na área, que pensa muito rápido e que faz a equipa progredir. Mesmo nesta temporada, todas as minhas estatísticas sublinham isso. Posso fazer muito mais pelo Benfica e pode ser aí que reside parte da minha frustração.»

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Depois vieram as substituições no início ou a meio da segunda parte, e até alguns jogos no banco, a começar como suplente.

«Fiquei irritado e dececionado com isso. Foi justamente nesses momentos que tive a certeza que podia fazer muito pela equipa».

Apesar de tudo, o médio turco garantiu nesta entrevista ao jornal neerlandês que nunca se deixou ir abaixo ou duvidou das suas capacidades.

«Não. Posso garanti-lo agora [que nunca perdeu confiança]. Passei por um período difícil por causa da luta pela minha posição na equipe, mas nessa altura olhei novamente para a lista de todos os internacionais holandeses que me escolheram como Jogador de Futebol do Ano: Ruud Gullit, Wim Kieft, Bert van Marwijk, Jaap Stam, Arnold Mühren, Arie Haan, Roy Makaay, todos homens que ganharam prémios ao mais alto nível. A lista é enorme. Eles viram o mesmo que eu. Além disso, acho que provei nas últimas temporadas o que valho para uma equipa se o treinador me utilizar da maneira certa.»

No meio da lista de treinadores que souberam aproveitá-lo bem, Kökçü destaca Arne Slot fez.

«Ele permitiu-me sempre utilizar os meus pontos fortes e viu isso antes de mim. Atrevo-me a dizer que para mim ele é o melhor treinador de todos os tempos. Como ser humano, verbal e taticamente. Quando joguei contra ele e ouvi que ele ia ser o nosso treinador, ainda pensei: isto não vai acontecer... Eu sabia como ele metia o AZ a jogar e, como jovem jogador, não me achava adequado ao estilo de jogo que ele usava», recordou.

«Mas ele começou a trabalhar em todos os pontos finais do meu jogo. Em termos de futebol sempre pude participar, mas ainda faltava uma última parte do meu desenvolvimento. É por isso que lhe devo muito.»

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