Rivalidade Benfica-FC Porto? «Quando passa para fora, não é futebol»

13 abr 2022, 10:00
Jardel e Jackson Martínez num Benfica-FC Porto, em 2015 (Francisco Seco/AP)

Antigo futebolista do Benfica, Jardel recorda episódio ante o Sporting e história curiosa no balneário

Antigo futebolista do Benfica, Jardel defende que a rivalidade com o FC Porto não é futebol nem paixão quando passa para fora do campo. O defesa de 36 anos, que saiu dos encarnados no final da época 2020/2021, lembrou ainda outros momentos que viveu nas águias.

«É uma rivalidade bem pesada. A rivalidade tem de estar dentro de campo, a partir do momento em que passa para fora, para mim não é futebol, não é paixão, aí não são nem adeptos, mas a rivalidade dentro de campo…», referiu, em declarações na mais recente edição do podcast Wibcast, na terça-feira, falando ainda do lance em que levou 14 pontos num jogo ante o Sporting, pouco depois de chegar ao Benfica, no início de 2011, oriundo do Olhanense.

«Cheguei ao Benfica a 17 de janeiro e a minha lesão foi em fevereiro. Fiz um jogo com o Desportivo das Aves e depois a minha estreia [ndr: na Luz] num clássico contra o Sporting, foram 14 pontos aqui [na cabeça]. O avançado subiu, eu ganhei a bola de cabeça, só que ele fez o movimento para trás e quando ele fez esse movimento, eu tirei a bola e ele deu-me [no olho]. Ele saiu logo na hora, eu quase desmaiei. Nós fazemos sempre bater palmas no fim do jogo e eu não consegui, chamei o Luisão e disse: “não dá, vou desmaiar aqui”. E saí a correr, a dor era insuportável, fui ao balneário e anestesia», recordou.

Por outro lado, Jardel, que esteve uma década no Benfica, onde foi capitão cerca de três anos e meio, falou ainda da responsabilidade de ter a braçadeira e contou ainda uma história curiosa de balneário.

«O Benfica é muito grande, mas é uma responsabilidade boa. Para colocar a braçadeira de capitão do Benfica tens de ter uma história e eu consegui construir isso e, com a história, vem o respeito. É o elo de ligação entre o balneário e o treinador e eu sempre me dei bem com todos, sempre tive o respeito de todos e respeitava todos. Eu sabia que o capitão tem de pegar, chamar a atenção, apontar o erro. Eu faço isso, mas o meu jeito é diferente, o meu jeito foi sempre chamar para conversar, não explanar na frente de todos», disse.

«Entrávamos no balneário e olhávamos para o cacifo de alguém, para a roupa. “Essa cueca de novo?”. No outro dia: “A mesma cueca?”. Então um dia estávamos três, quatro ou cinco, fizemos um desenho carinhoso na cueca e pendurámos de novo. No outro dia, ele chegou lá, colocou a roupa no balneário e fomos ver e estava lá o desenho. E eu: “Nossa, não acredito, quatro dias com a mesma cueca”. Fomos para o treino, voltámos e no banho fui falar com ele. Disse-lhe: “Vens com a mesma cueca três dias?”. E ele: “Não, estás maluco?”. E eu disse-lhe para ir ao balneário, ele chegou lá, olhou e disse: “Não acredito que fizeram isso, a minha esposa compra sempre cuecas da mesma cor”. E eu: “Vou fingir que acredito”. Mas há várias [histórias], partilhou.

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