Bruno Lage diz, ainda assim, que o Benfica foi a melhor equipa nas duas mãos e merece seguir em frente na Liga Europa
Bruno Lage, treinador do Benfica, em declarações aos jornalistas após o empate (0-0) na Luz com o Galatasaray e consequente apuramento para os oitavos de final da Liga Europa:
[Análise ao jogo]
«Fizemos o adversário jogar de acordo com nós queríamos e em função disso criámos várias oportunidades de golo.
Ao intervalo não tenho memória de uma ocasião e perigo do adversário e de nossas tenho várias. Podíamos ter chegado ao intervalo em vantagem.
Alteramos um pouco a nossa forma de pressionar. Com 0-0, neste tipo de competições e se o adversário marcasse um golo cedo, seria perigoso emocionalmente e com muito tempo por jogar.
Demos algum espaço em frente para pressionar de outra maneira, e voltámos a ter uma boa entrada na segunda parte. A entrada do Rafa é importante para atacar a profundidade, para colocar o adversário a correr para a sua baliza e em determinada altura sentimos que a nossa equipa estava confortável.
Jogar contra equipas turcas é isto. É perceber o adversário. Com o jogo, a equipa foi ficando um pouco partida. Chegámos a jogar contra uma linha de quatro, dois médios e quatro jogadores [na frente]. Começámos a ter cautelas relativamente a isso. O jogo foi ficando partido e tínhamos de ter esse cuidado para não perder uma bola e não oferecer transições ofensivas ao adversário, porque os quatro homens da frente são muito fortes. São homens que sozinhos podem criar problemas em situações de um contra um.
Sentimos que a partir dos 70 75 a equipa estava confortável, não quis perder a bola e a nossa gestão vai nisso: ter Jonas para ocupar o espaço entre linhas, o João desgastado foi perdendo esse posicionamento. Trocar um pouco o Pizzi para dar mais fulgor na direita em termos de organização defensiva e o Gedson poderia carregar um pouco mais o jogo no corredor direito. E a entrada do Gabriel foi para fechar, para com a sua capacidade de construção termos bola no Jonas ou em profundidade no Rafa.
Perdemos algumas bolas que não podíamos ter perdido em determinados momentos mas acontece. Vamos evoluir com o treino e com a confiança.
Mais importante foi o que conseguimos: sermos a melhor equipa no conjunto dos dois jogos. Criámos várias oportunidades de golo num e noutro jogo. Penso que fomos uns justo vencedor e passámos à eliminatória seguinte.»
[Equipa não marcou pela primeira vez desde que que chegou. Tirou o pé do acelerador?]
«O que é de realçar é que criámos várias oportunidades de golo e isso deixa-me satisfeito. Tirar o pé do acelerador é os jogadores sentirem-se confortáveis. A entrada do Rafa foi para irmos a procura do nosso golo. O adversário ia ficando partido, com a linha de quatro os dois médios e os quatro avançados.
Quisemos manter-nos sólidos, equilibrados e manter a posse de bola, arriscando menos para não permitirmos transições.»
[Alterações no onze devem-se ao estudo do adversário ou à necessidade de dar frescura à equipa?]
«É tudo aquilo que acabou de dizer. Perceber o adversário, definir a estratégia e optar. A opção por ter Rafa ou não é por aí. Em termos defensivos, o Cervi ia fazer o que pretendíamos e fê-lo muito bem.»