Covid-19: primeiro-ministro belga prefere “irritar o vírus” e não as pessoas

Agência Lusa , AG
8 jan 2022, 11:58
Alexander de Croo

Palavras de Emmanuel Macron causaram grande polémica

O primeiro-ministro belga afirmou este sábado que se deve “irritar o vírus” e não as pessoas, criticando as declarações do Presidente francês que assumiu querer incomodar os não vacinados contra a covid-19 até que se vacinem, adianta a AFP.

Segundo cita a agência de notícias francesa, Alexander De Croo defendeu querer “pôr o vírus sob escuta e não pôr pessoas sob escuta", numa alusão às palavras de Emmanuel Mácron que assumiu querer “irritar” as pessoas não vacinadas numa entrevista ao jornal Le Soir, publicada dia 1.

“Claramente, não é esse o meu vocabulário", reagiu o líder belga quando questionado sobre as declarações do presidente francês.

O líder do executivo belga alertou que as declarações de Mácron podem levar a "uma política de divisão que consistiria em incomodar uma parte da população", caminho com o qual mostrou desacordo.

“Penso que devemos irritar o vírus e não as pessoas", continuou. "Para irritar o vírus, precisamos de um número máximo de pessoas a serem vacinadas", defendeu.

"Continuo a pensar que é melhor convencer as pessoas do que forçá-las", acrescentou o líder liberal flamengo.

Na sexta-feira o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que "assume plenamente" as suas declarações e criticou os não vacinados porque "transformam a sua liberdade, que se está a tornar irresponsável, num slogan".

Questionado sobre a possibilidade da Bélgica transformar o atual passe de saúde (Covid Safe Ticket) num passe de vacinação como em França, o primeiro-ministro belga respondeu que esta solução deveria ser "analisada".

"Mas, qualquer que seja a decisão, penso que é muito importante acrescentar que o Covid Safe Ticket é e deve continuar a ser uma ferramenta excecional e temporária", disse ele.

"As previsões são sempre complicadas, mas como autoridades públicas, temos de estar preparados para o facto de a epidemia de coronavírus poder durar mais dois ou três anos", apontou.

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