BCE mantém taxas de juro

CNN , Notícia atualizada às 13:19
7 mar, 13:15
Banco Central Europeu (EPA)

É a quarta-vez consecutiva, desde outubro de 2023, que o Banco Central Europeu decide não mexer nas taxas de juro

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira que deixou as taxas de juro inalteradas, o que acontece pela quarta vez consecutiva desde outubro de 2023.

“O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter as três taxas de juro diretoras do BCE inalteradas”, informou a instituição, após a reunião.

A taxa de depósitos permanece em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juro de refinanciamento fica em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permanece em 4,75%.

A decisão anunciada esta quinta-feira, em Frankfurt, era esperada pela generalidade dos analistas económicos. A taxa de inflação de fevereiro voltou a desacelerar, agora para 2,6%, numa trajetória que já se faz sentir desde outubro de 2022, quando atingiu o seu ponto máximo nos 10,6%. Por outro lado, os dados da economia da zona euro, relativos a 2023, mostram uma economia estagnada, com um crescimento anual de apenas 0,5%, e com vários países em recessão, designadamente a Alemanha, tradicionalmente o motor económico da Europa.

A maioria dos analistas acreditam que descidas de taxas só deverão ocorrer em junho. De acordo com uma sondagem feita pela agência Reuters, uma maioria de quase dois terços dos analistas consultados, 46 em 73, afirmou que o banco central reduzirá pela primeira vez a taxa de depósito em 25 pontos base para 3,75%, mas em junho. E porquê em junho? “Porque nessa altura a inflação terá descido um pouco mais, e teremos também o crescimento dos salários no primeiro trimestre, que também não deverá mostrar pelo menos nenhuma nova aceleração... Por isso, parece mais ou menos um bom momento para efetuar a primeira redução das taxas", segundo Carsten Brzeski, diretor mundial de macroeconomia do banco ING, citado pela Reuters.

Uma opinião que surge depois de Christine Lagarde ter afirmado na última semana de fevereiro que apesar de os números dos salários na zona euro do quarto trimestre terem sido “encorajadores", o BCE precisa de mais confiança "de que o processo desinflacionário que estamos a observar será sustentável e nos levará ao objetivo de 2% a médio prazo".

Os dados dos salários na zona euro parecem ser, aliás, uma das maiores preocupações da autoridade monetária. No primeiro trimestre de 2022, ainda sem os efeitos da invasão da Ucrânia pela Rússia, a taxa de crescimento dos salários não atingia os 3%, mas desde então, até ao terceiro trimestre do ano passado, praticamente não parou de acelerar, tendo atingido uma taxa de crescimento de 4,69%. Mas no último trimestre de 2023 o crescimento desacelerou para uma taxa de 4,46%, o tal sinal encorajador referido por Lagarde.

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