“É a monarquia dual a ressuscitar”: poderá estar para breve o “regresso” do Império Austro-Húngaro?

13 dez 2023, 13:37
Viktor Orbán e Karl Nehammer (AP)

Alarmes já soam em Bruxelas. Fonte do governo austríaco desdramatiza

Ucrânia, Rússia, Israel, Hamas. A tendência dos últimos meses tem sido para Áustria e Hungria andarem a par no que toca à política externa. De acordo com o jornal Politico, que aborda esta quarta-feira a relação entre os dois Estados, os alarmes desta sintonia já começam a soar no seio da União Europeia: poderá estar para breve o ressurgimento do Império Austro-Húngaro?.

“Este comportamento é típico da Áustria. Não tenham ilusões: é a monarquia dual a ressuscitar”, disse uma fonte diplomática de Bruxelas, sob anonimato, à publicação americana.

O Politico destaca o bloqueio húngaro ao financiamento europeu de 50 mil milhões à Ucrânia, que o governo austríaco também estará a usar para seu benefício. A perspetiva de Viena ser um parceiro forte de Viktor Orbán assusta os políticos europeus, refere o jornal.

No entanto, fonte do governo austríaco desdramatiza. “Procuramos dar-nos bem com Orbán porque ele é nosso vizinho, mas isso não significa que gostemos disso", disse o oficial, sob anonimato, ao Politico, garantindo que o primeiro-ministro da Hungria é percecionado como autoritário em Viena.

O executivo austríaco assegura também que o aproveitamento da posição húngara não pretende criar obstáculos à adesão da Ucrânia à União Europeia, considerando que tal seria como alguém “colocar-se à frente de um comboio de mercadorias”, mas sim acoplar à entrada de Kiev no bloco a adesão de um parceiro que considera ser importante.

"Queremos ver a Bósnia-Herzegovina na família da UE, é uma necessidade geopolítica", disse a ministra austríaca para o bloco dos 27, Karoline Edtstadler, durante uma visita a Sarajevo este mês, elencando um ponto central da política externa do atual governo – para contrariar a influência russa e para que haja uma paz duradoura no Balcãs, países como a Bósnia-Herzegovina têm de entrar na União Europeia.

Apesar disso, o Politico alerta para a liderança confortável do Partido Austríaco para a Liberdade (FPO) nas mais recentes sondagens. Esta força política, de matriz populista, conservadora e anti-UE, é liderada por Herbert Hickl, amigo político de Orbán e que considera a Hungria um "refúgio da autodeterminação nacional e resistência contra a intervenção globalista de Bruxelas".

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