Utentes realizam buzinão na Ponte 25 de Abril contra preços dos combustíveis

Agência Lusa , AM
25 nov 2021, 11:44
Ponte 25 de Abril

Associação Democrática de Utentes da 25 de Abril considera que os incentivos anunciados pelo Governo são uma “manobra de ilusionismo”

Utentes da Ponte 25 de Abril estão, esta quinta-feira de manhã, a realizar um buzinão para mostrar a sua insatisfação com o aumento do preço dos combustíveis, disse Aristides Teixeira, da associação que convocou o protesto.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Democrática de Utentes da 25 de Abril disse que os automobilistas estavam cerca das 08:10 de a aderir ao protesto, que tem como lema “Em vez de mitigar (ludibriar) há que baixar os preços e é para isso que buzinaremos".

“Os preços dos combustíveis têm de baixar pelo menos 1,50 euros para a gasolina e 1,30 para o gasóleo, para que as pessoas possam retomar um pouco da sua vida […]. Claro que nos avançam com a ideia paradisíaca de que a partir de abril isto vai melhorar, mas e até lá? E será que vai melhorar a partir de abril? Mas, mesmo que os preços baixassem por causa das petrolíferas, até lá vamos continuar nesta escalada de aumento do custo de vida. É completamente insuportável”, disse.

Aristides Teixeira destacou também que faz todo o sentido fazer este protesto na ponte porque a denominada Margem Sul (do Tejo, no distrito de Setúbal) é das regiões mais pobres do país e ainda tem portagens a pagar para chegar à capital para estudar ou trabalhar.

A Ponte 25 de Abril tem 2.277 metros de comprimento, fazendo a ligação das margens norte (Lisboa) e sul (Almada, distrito de Setúbal) do Tejo.

Sobre os incentivos anunciados pelo Governo, Aristides Teixeira classificou-os como “manobra de ilusionismo”.

Para fazer face à subida do preço dos combustíveis, o ministro das Finanças, João Leão, anunciou em outubro que as famílias iriam passar a receber, através do IVAucher, 10 cêntimos por litro de combustível até um limite de 50 litros por mês, uma medida que vai ser aplicada entre novembro e março.

“Foi uma medida de grande complexidade e sem qualquer expressividade do ponto de vista prático. Veio a ser usada por uma reduzida parte da população, aquela que consegue andar a pesquisar quais são as gasolineiras que fazem e também as que têm alguma destreza na parte da informática”, sublinhou.

Na opinião de Aristides Teixeira, esta é uma situação inaceitável e, por isso, os utentes decidiram manifestar novamente a sua indignação.

“Nós, os portugueses, somos os lesados dos combustíveis porque mesmo esses, os que vão utilizando os Autovaucher, o dinheiro que recebem em nada tem a ver com o dinheiro que gastam por causa do aumento dos combustíveis, porque os produtos essenciais aumentaram”, disse.

O presidente da Associação Democrática de Utentes da 25 de Abril, sublinhou que o aumento do preço dos combustíveis se reflete, entre outros, nos bens alimentares, como o pão, que já sofreu um aumento na semana passada.

“Reflete-se em todos os produtos de consumo que as empresas estão a fazer com que os contribuintes paguem. Daí que este ato de ilusionismo que o Governo fez em antecipação às festas de circo de Natal em nada nos enganaram, porque o auditório do ilusionismo e dos circos são as crianças e nós já somos adultos, portanto o Governo mais uma vez errou e perante isto viemos manifestar novamente a nossa indignação”, salientou.

Além do IVAucher, o Governo aprovou um conjunto de medidas de compensação para as empresas de transporte de passageiros, face à escalada do preço dos combustíveis.

Este apoio extraordinário ao setor abrange todos os veículos de transportes públicos rodoviários de passageiros - autocarros e táxis - licenciados pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) e corresponde a 10 cêntimos por litro.

A medida irá suportar em 190 euros cada táxi (assumindo consumos de 380 litros mensais) e em 1.050 euros cada autocarro (assumindo consumos de 2.100 litros de combustível por mês).

Mais Lidas

Patrocinados