«Jogadores estavam exaustos e queriam que a celebração fosse breve»

21 dez 2022, 14:44
Autocarro com a seleção Argentina a desfilar por Buenos Aires (AP)

Presidente da Argentina diz que foi isso que a AFA lhe transmitiu como justificação para que os jogadores não fossem à Casa Rosada

O cortejo da seleção da Argentina em Buenos Aires foi suspenso prematuramente numa altura em que era cada vez mais difícil para autocarro panorâmico avançar pelo meio da enorme massa humana e garantir também a segurança dos campeões do Mundo.

Por isso, os jogadores tiveram de ser evacuados de helicóptero e já não passaram pelo Obelisco nem fora à Casa Rosada, sede da presidência da República.

A longo do dia, vários meios de comunicação social deram conta do desconforto quer de vários jogadores, quer da equipa técnica, quer do presidente da Federação de Futebol da Argentina (AFA) em encontrarem-se com o chefe de Estado. Entre muitas especulação, o facto é que a festa não terminou na Casa Rosada, mas sim na sede da AFA.

Alberto Fernández, Presidente da República de um país que em 2022 apresenta uma taxa de inflação anual acima dos 80 por cento, desvalorizou o facto de a comitiva albiceleste não ter ido encontrar-se com ele, recusando qualquer tipo de associação política.

«Eu sabia que os jogadores tinham um nível de exaustão muito grande e que queriam que a celebração fosse breve. Eu transmiti à AFA que tinham a casa do Governo à disposição, mas eles escolheram outra coisa. (...) Eu entendio-os», disse no programa La Inmensa Minoría, da Radio Con Vos, confirmando que foi isso - «exaustão» - que lhe foi transmitido da parte da AFA.

O governante, que declarou feriado nacional, tentou assim responder às críticas de quem o acusou de não ter recebido a seleção. «Se sou o único presidente que não recebeu uma equipa campeã do Mundo, também digo que sou o único em que durante o seu mandato uma seleção ganhou a Copa América, a Taça em Wembley [Finalíssima entre o campeão europeu e da Copa América] e o Mundial.»

O governante comentou ainda a frustração do presidente da Federação de Futebol da Argentina pelo facto de não ter sido possível chegar até ao Obelisco, o epicentro da festa. «A operação montada foi baseada no que pediu a AFA», disse, não tendo dúvidas de que houve boa vontade de todos para que tudo corresse da melhor forma, mas que era «muito difícil» que o plano fosse cumprido devido às circunstâncias atípicas que se registavam em Buenos Aires e nos arredores da capital.

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