Maló vai representar o Chega mas diz não se identifica com algumas das bandeiras mais fortes do partido. À CNN Portugal, confirmou que foram as escolhas de Montenegro que ditaram a sua mudança de posição quanto ao Chega
António Maló de Abreu, ex-dirigente do PSD que será cabeça de lista pelo Chega no círculo fora da Europa, acusa a direção de Luís Montenegro de promover um “saneamento absoluto das pessoas mais competentes que estavam no Parlamento”, considerando as escolhas do presidente social-democrata uma “humilhação”.
“As listas do PSD entristecem-me”, afirmou em entrevista à CNN Portugal.
A 11 de janeiro, Maló de Abreu recusava integrar qualquer lista do Chega. Contudo, neste sábado, foi confirmado como candidato pelo partido.
O ex-PSD remata que houve uma “alteração de circunstâncias”, tendo passado a existir um convite.“O convite aconteceu ontem às 13:30”, justifica.
“A política para mim não é um tacho. Tenho outras coisas que fazer”. Entre os argumentos que ditaram a decisão está o anúncio das listas do PSD e as tentativas de “enlamear” o seu nome.
“Não vou integrar o Chega. Vou ser o cabeça de lista de fora da Europa”, reforçou, lembrando que não o fará para “chatear o PSD”. Porque, se quisesse mesmo um lugar, teria exigido presença noutro círculo onde tal fosse mais provável.
Questionado sobre algumas das bandeiras do Chega, Maló de Abreu diz ser “contra”. Entre elas, o combate à chamada “ideologia de género” e a castração química de pedófilos.
Vindo de uma família de emigrantes, o que contrastaria com uma visão mais limitadora do Chega quanto à imigração, Maló de Abreu diz que dorme “tranquilo” com as suas decisões, considerando que “não podemos ter uma política de portas absolutamente abertas”.