Lacerda Sales espera "forte adesão" dos pais à vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos

Cláudia Évora , com Lusa
5 dez 2021, 16:04
António Lacerda Sales visita Centro de Vacinação de Odivelas

Governante elencou o "enorme esforço de planeamento e dos portugueses" para ter sido atingida a meta do milhão e meio de pessoas vacinadas com a dose de reforço "14 dias antes do previsto"

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde também descartou, este domingo, a eventual obrigatoriedade da vacina contra a covid-19 em Portugal. António Lacerda Sales disse que a sensibilização dos portugueses à vacinação é "histórica".

"Os portugueses têm uma cultura de sensibilização muito grande à vacinação e é histórica, não é de agora. Nós temos um plano de vacinação com uma cobertura superior a 97/98%. (...) Portanto, na minha perspetiva, se continuarmos com o exemplo de cidadania que hoje aqui estamos a ver, que temos visto ao longo destes meses de vacinação , eu acho que não há nada para tornar obrigatório", disse aos jornalistas num centro de vacinação. 

Este domingo, também Marcelo Rebelo de Sousa arrumou para um canto a possibilidade de se implementar a vacinação obrigatória, cenário que já se tem verificado noutros países europeus.

Sobre a vacinação das crianças abaixo dos 12 anos, o secretário de Estado disse que é preciso esperar pela palavra final da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas espera que haja uma forte adesão por parte dos pais.

"Espero que haja uma adesão grande por parte dos pais das crianças, porque estamos a falar de crianças ainda sem autonomia para poder decidir, espero que haja essa adesão, porque temos visto que é favorável, que é feita com segurança e tem eficácia, isso é que é importante." 

Lacerda Sales destacou ainda que se atingiu “a meta de um milhão e meio de pessoas vacinadas” com a dose de reforço contra o novo coronavírus “14 dias antes” da data com a qual o Governo se tinha comprometido.

“Isso deve-se, de facto, ao tal enorme esforço de planeamento e a um enorme esforço dos portugueses”, declarou, referindo que “esta almofada temporal” permite “vacinar, até ao Natal, mais gente dentro das faixas elegíveis”, para que “haja um menor impacto possível sobre a época do Natal nas famílias” e também “um menor impacto possível sobre os serviços de saúde”.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) autorizou, a 25 de novembro, a vacina Comirnaty (nome comercial da vacina do consórcio farmacêutico BioNTech/Pfizer) contra a covid-19 para crianças abaixo dos 12 anos. 

A CNN Portugal avançou, esta semana em primeira mão, que a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC) vai dar parecer positivo à vacinação deste grupo etário. Ficando assim a faltar a última palavra, que cabe a Graça Freitas.

As primeiras doses da vacina infantil da Pfizer chegam ao país no próximo dia 13.

Secretário de Estado está "muito preocupado" com "tendência crescente" da pandemia

“Estamos, claro, muito preocupados. Estamos com 374 de índice de incidência por 100.000 habitantes a 14 dias. Estamos com um índice transmissibilidade de 1,13, portanto, ainda superior a 1. E é claro que isso nos preocupa por ter uma tendência crescente”, afirmou aos jornalistas António Lacerda Sales, em Leiria, onde hoje visitou o centro de vacinação contra a covid-19.

O governante insistiu na necessidade de acelerar a vacinação e o reforço da testagem, assim como no “controlo de fronteiras, com a obrigação do teste à chegada”.

Afirmando-se, igualmente, preocupado com os serviços de saúde, o secretário de Estado adiantou que foi pedido “a todos os hospitais e a todos os serviços de saúde planos de contingência” e que “as escalas de banco estivessem asseguradas”.

“Pontualmente, há um outro hospital que ainda precisa de poder tapar uma outra escala, mas isso é perfeitamente normal no Serviço Nacional de Saúde”, declarou, garantindo que a grande maioria dos hospitais já deu as escalas fechadas até ao final do ano.

Questionado se haverá recursos humanos suficientes nos hospitais para o Natal e Ano Novo, António Lacerda Sales observou que “os recursos humanos é algo que é sempre muito exigente”.

“Eu sou profissional de saúde e tenho um grande respeito e acredito na consciência cívica dos profissionais de saúde relativamente a esta matéria e, portanto, os profissionais de saúde nunca nos abandonam e nós nunca abandonamos os profissionais de saúde”, garantiu, acrescentando que há atualmente “mais cerca de 30 mil profissionais de saúde” do que em 2015, no que classificou de “esforço enorme” de recrutamento.

Ainda assim, reconheceu que “haverá sempre em alguns locais a falta de profissionais de saúde”.

“Nesses casos, cá estamos para contratar, para continuar a contratar, para suprir essas faltas. Temo-lo feito com tranquilidade, com serenidade. Sabemos que nalguns casos pontuais há problemas que se vão resolvendo, também. Isso é que é fazer a gestão de um Serviço Nacional de Saúde”, acrecscentou.

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