António Costa defende que Estado e Administração Local juntos podem "fazer mais e melhor"

Agência Lusa , FMC
1 jun 2022, 23:07
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa na inauguração do Museu do Tesouro Real (Lusa/Mário Cruz)

O primeiro-ministro referiu que um "exemplo feliz" da parceria é o Museu do Tesouro Real, inaugurado esta quarta-feira

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta quarta-feira que Estado e Administração Local em conjunto podem fazer mais e melhor e apontou o Museu do Tesouro Real no Palácio da Ajuda como "um exemplo feliz" de parceria.

"Trabalhando em conjunto, o Estado e a Administração Local, podemos fazer mais e podemos fazer melhor", declarou António Costa na cerimónia de inauguração deste museu, em que também discursou, a seguir, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Esta intervenção aconteceu no dia em que o antigo chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva publicou um artigo de opinião no Observador recordando o seu tempo de primeiro-ministro e considerando que António Costa deve "fazer mais e melhor" com a maioria absoluta de que dispõe.

À saída desta cerimónia, o primeiro-ministro não quis prestar declarações aos jornalistas.

No seu discurso, António Costa assinalou que "é raro um político poder ter o privilégio de contribuir e testemunhar a inauguração de uma obra por concluir há 226 anos".

"Trata-se de devolver o Palácio da Ajuda concluído e com a exposição do tesouro nacional, património dos portugueses, e forma também de homenagear a memória dos antigos reis e rainhas de Portugal que constituíram este tesouro", acrescentou.

Dois dias depois de a Assembleia Municipal do Porto ter aprovado a saída da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) por divergências quanto ao processo de descentralização, António Costa apontou esta obra como "um exemplo feliz de uma parceria entre a Administração Central e a Administração Local".

O primeiro-ministro referiu que parcerias semelhantes já aconteceram na cidade do Porto, "a quem o Estado confiou a coleção das obras de Miró" e em Coimbra, "a quem o Estado confiou a coleção que adquiriu à massa falida do BPN".

Segundo António Costa, "é particularmente importante esta forma de cooperação e de trabalho em conjunto" e o Governo quer "continuar as parcerias para a proteção do património".

"É um investimento que temos de prosseguir e o Estado não se demite dessa sua função, quer com recursos próprios, quer com a mobilização de fundos europeus", disse.

O primeiro-ministro mencionou que "o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê precisamente 243 milhões de euros em investimento em património cultural", dos quais "60 milhões vão ser aplicados em vários equipamentos da cidade de Lisboa".

Na cerimónia de inauguração deste museu no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, estiveram, entre outros, o atual presidente da Câmara Municipal, Carlos Moedas, o seu antecessor e atual ministro das Finanças, Fernando Medina, e o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

António Costa realçou que "esta obra expositiva do tesouro real é no fundo uma materialização de uma taxa e tachinha de turismo oportunamente criada", que gerou "receitas que permitem designadamente financiar o essencial desta obra".

"Sim, dos 31 milhões de euros aqui investidos, só 4,4 milhões resultaram da indemnização do seguro decorrente do furto de algumas peças desta coleção. O resto do investimento é integralmente suportado pela Associação de Turismo de Lisboa, pelas suas receitas próprias e também pelas receitas da taxa de turismo", especificou.

A este propósito, o primeiro-ministro defendeu que o setor do turismo tem um "efeito de motor" na economia portuguesa, "puxa pela agricultura, puxa pela indústria, puxa pelos restantes serviços e, portanto, o turismo serve o país".

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