Costa justifica viagem 'escondida': diz que foi devido ao "protocolo" e a um convite da UEFA que viu futebol ao lado de Orbán

19 jun 2023, 11:54
Costa foi ver a final da Liga Europa com Órban e a oposição acusou-o de estar em campanha para a Europa

Primeiro-ministro fez escala na Hungria para ir ver a final da Liga Europa. Esta escala em Budapeste implicou a utilização de meios do Estado e foi escondida da agenda pública de António Costa. Orbán tem sido acusado de ter posições xenófobas

António Costa assistiu à final da Liga Europa na Hungria porque teve "oportunidade de fazer uma escala nessa cidade" e mereceu "tratamento protocolar" para se sentar ao lado do seu homólogo húngaro, Viktor Orbán. É assim que o gabinete do primeiro-ministro justifica a polémica em torno da viagem de António Costa, que implicou a utilização de meios do Estado para ver um jogo de futebol.

Em comunicado, o gabinete começa por explicar que, no passado dia 31 de maio, o primeiro-ministro viajou para Chisinau (Moldova) para participar na Cimeira da Comunidade Política Europeia, agendada para a manhã do dia seguinte.

"Tendo concluído atempadamente os seus compromissos oficiais em Portugal, e situando-se Budapeste na rota para Chisinau, o primeiro-ministro teve oportunidade de fazer uma escala nessa cidade, correspondendo ao convite que lhe tinha sido endereçado pelo presidente da UEFA para assistir ao jogo da Final da Liga Europa", pode ler-se no comunicado enviado às redações.

Sobre o facto de se ter sentado ao lado de Viktor Orbán, o gabinete indica que António Costa "mereceu, por parte da UEFA, o tratamento protocolar adequado tendo sido sentado ao lado do seu homólogo húngaro, com quem mantém naturalmente relações de trabalho".

O primeiro-ministro usou um avião da Força Aérea para ir à Hungria ver a final da Liga Europa ao lado de Viktor Orbán, um dos líderes mais criticado na União Europeia pelas suas posições xenófobas, entre outras controvérsias. Esta escala em Budapeste, que implicou a utilização de meios do Estado para ver um jogo de futebol, foi escondida da agenda pública de António Costa, mas acabou por ser registada, conforme noticiado pelo Observador.

Oposição criticou, Marcelo não viu qualquer "problema político"

A paragem na Hungria foi criticada pela oposição, que não demorou a pedir esclarecimentos a António Costa, mas o Presidente da República disse não ver qualquer "problema político específico" na escala do primeiro-ministro na Hungria, sublinhando que os dois países são aliados na União Europeia.

"A Hungria é um Estado da União Europeia. [Viktor Orbán] é um primeiro-ministro da União Europeia. Podemos concordar ou discordar dele nas migrações, na política económica e social e em muita coisa, mas faz parte do grupo de países que são nossos aliados naturais na UE", assumiu Marcelo Rebelo de Sousa.

"O facto de no caminho ter feito uma escala ou ter parado durante uma hora e meia ou duas horas para dar apoio a um português e ver um jogo de futebol, francamente não vejo que politicamente haja qualquer problema específico", acrescentou o chefe de Estado.

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