E enquanto não volta oficialmente, Costa começa oficiosamente no comentário com uma análise ao que Marcelo disse sobre "encruzilhadas"
António Costa deixou em aberto as questões sobre o seu futuro. Durante a longa conferência de imprensa de balanço de oito anos de Governo, o primeiro-ministro cessante foi questionado sobre os planos para o futuro.
"Desde 1991, eu exerci sempre cargos de responsabilidade na Assembleia da República, no Governo, como presidente de Câmara. Mas agora precisamente estou a deixar de ser. E por isso houve um período da minha vida em que fiz comentário. Talvez no futuro possa vir a fazer", afirmou Costa em resposta a uma questão sobre a atualidade política e o impasse no Parlamento para a eleição do presidente da AR.
Escusando-se a responder porque "neste momento" não é comentador, o socialista reagiu ainda a declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o próprio Costa - o Presidente admitiu que ambos podiam voltar a ver-se nas "encruzilhadas" do serviço público. Costa diz que interpretou "essas palavras como uma forma simpática de me convidar para almoçar ou para jantar um dia destes". "Terei muito gosto se o Sr. Presidente da República formalizar esse convite, de aceitar o convite. Foi a leitura otimista que eu fiz das palavras simpáticas do Presidente da República."
Sobre a sua situação pessoal em concreto, não quis falar, voltando a repetir o que tem dito no âmbito da Operação Influencer: "Do ponto de vista ético e institucional, quem está na situação de suspeição pública não pode obviamente manter-se no exercício das funções".
"Quanto ao mais também não lhe posso adiantar mais porque também desse dia [anúncio da Operação Influencer] até hoje não sei mais nada, a não ser o que volta e meia a comunicação social tem a amabilidade de me informar. Mas como eu tenho dito eu não falarei com a justiça através da comunicação social e, portanto, a justiça quando me quiser dar alguma novidade dar-me-á seguramente porque sabe onde eu estou e não terá dificuldade em transmitir", reiterou.
