Costa defende "solução permanente" europeia para enfrentar "crises consecutivas"

Agência Lusa , CE, noticia atualizada às 16:20
15 out 2022, 11:06
António Costa (Lusa/José Coelho)

O secretário-geral do PS realçou que é necessário "aprender das crises anteriores"

O líder do PS, António Costa, acredita que um “fundo permanente” para enfrentar novas crises, propondo que defendeu este sábado, em Berlim, deverá ser discutido nos próximos conselhos europeus, recolhendo consenso por parte dos parceiros.

“Não será seguramente na próxima semana, mas nos próximos conselhos, a discussão sobre a governação económica da Europa. E um dos temas é a existência deste fundo permanente”, apontou o secretário-geral do PS em declarações aos jornalistas no final do congresso do Partido Socialista Europeu (PSE).

“Acho que haverá consenso nesse sentido porque a história demonstrou como a sucessão de crises recomenda que haja um mecanismo permanente, e que não tenhamos a cada crise de estar a inventar um mecanismo ‘ad hoc’ para responder, sobretudo quando os problemas são muito semelhantes”, acrescentou.

António Costa participou no primeiro painel do congresso “Leading Europe through change” (Liderar a Europa através da mudança), ao lado de Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol, Robert Abela, líder do Partido Trabalhista e primeiro-ministro de Malta e Magdalena Andersson, líder do Partido Social Democrata e primeira-ministra da Suécia.

Durante a sua intervenção, adiantou que a Europa tem enfrentado “crises nos últimos 15 anos, crises financeiras, crises climáticas, crises pandémicas” e agora a guerra na Ucrânia. Isso significa, defendeu, que é necessário um mecanismo “permanente e estável” para fazer frente e resolver estas crises.

“A forma técnica é muito variável. Pode ser com contribuições de Estado, pode ser com uma emissão conjunta de dívida, como foi no caso do SURE [apoio para mitigar os riscos do desemprego numa emergência], pode ser feita como empréstimos, como foi no caso do SURE, ou como transferências, como no caso do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal], essa não é a questão essencial”, avaliou.

“Esta é uma crise que atinge a todos por igual, mas os efeitos são muito desiguais. Por isso temos de ter um mecanismo de estabilização à escala europeia, se quisermos preservar o mercado interno e haver um ‘level playing field’ ['situação de igualdade'] entre todos dentro deste mercado interno”, sustentou Costa no final do congresso do PSE.

O secretário-geral do PS realçou que é necessário “aprender das crises anteriores", dando alguns exemplos com os quais é possível aprender.

“Há 10 anos, não agimos bem durante a crise financeira, quando deixámos cada estado-membro por sua conta e construímos uma política baseada na austeridade. Mas agimos bem a combater a crise de covid-19, não apenas na procura conjunta de vacinas, mas porque, desta vez, não agimos guiados pela austeridade, mas sim pela solidariedade. Encontrámos uma resposta para um problema comum”, realçou.

António Costa participou no primeiro painel “Leading Europe through change” (Liderar a Europa através da mudança), ao lado de Pedro Sánchez, líder do PSOE e primeiro-ministro espanhol, Robert Abela, líder do partido trabalhista o primeiro-ministro de Malta e Magdalena Andersson, líder do Partido Social Democrata e primeira-ministra da Suécia.

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