Rendimento coletivo e rendimento do próprio atleta pioram com o desvio para a lateral
O selecionador do Brasil, Tite, afirmou que prefere ver Éder Militão a defesa central e Sérgio Conceição não reagiu propriamente bem.
Afinal, qual dos treinadores tem razão?
O contexto no FC Porto ajuda a explicar a opção de Conceição. Com Felipe e Pepe bem, seria sempre a solução mais simples passar Militão para a direita e assim manter os três defesas na equipa inicial.
O problema disciplinar de Militão ajudou a solidificar, depois, a dupla Felipe-Pepe.
Mas a questão mantém-se, até pela impressão generalizada dos analistas: será Militão mesmo um lateral apenas mediano e um central de topo?
As estatísticas ajudam a responder. E os números são claros: o rendimento coletivo do FC Porto e o rendimento do próprio Éder Militão sobem com o internacional brasileiro no centro da defesa, como demonstra o levantamento feito pelo SofaScore para o Maisfutebol. Sobretudo o coletivo.
Com Militão no centro, o FC Porto conquistou 88,8 por cento dos pontos em disputa.
Com Militão a lateral direito, os dragões ganharam 73,3 por cento dos pontos. Diferença importante.
Estes dados, importa dizer, dizem respeito apenas a jogos da Liga.
E o atleta, como reage nas duas posições?
De forma resumida, a pontuação geral é muito ligeiramente superior com Militão a central (7,39 vs. 7,38) e é no centro que Militão tem estado mais forte nas interceções (2,4 contra 1,8) e nos alívios/lances afastados para longe (3,7 vs. 2,0).
A defesa lateral, Militão tem ganho mais duelos (13,0 contra 6,1) e feito mais desarmes (2,8 para 0,9).
O FC Porto ganha mais com Militão a central; Militão rende ligeiramente mais a central do que a lateral.