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Melhor ou pior? Portugal com 3º recorde consecutivo de casos covid mas com um terço dos internamentos de há um ano (análise)

Rubrica "Melhor ou Pior?" da CNN Portugal compara dados de infeção, óbitos, testagem e internamentos semanais entre 2020 e 2021. Esta quinta-feira é o terceiro recorde diário consecutivo de infeções - mas esse dado não mostra tudo. Óbitos e internamentos continuam muito abaixo dos dados de há um ano. Número de testes realizados é mais de sete vezes superior

Portugal bateu esta quinta-feira o recorde de casos diários de covid-19: 28.659 infetados em 24 horas. É o terceiro dia consecutivo de recordes: entre terça e quinta, foram quase 73 mil casos. Mas, ao contrário do que se verificou há um ano, mais contágios não significam um grave aumento da mortalidade nem sequer das hospitalizações. Pelo contrário.

A tabela resume dados da semana de natal atualizados a 30 de dezembro (que se refere aos dados da véspera, até 29): Portugal tem uma média de 15.103 infeções diárias nos últimos sete dias. Este valor é mais do quádruplo da média diária de 3.256 casos nos mesmos dias em 2020.

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A contribuir para as infeções está também o aumento enorme de testes realizados: mais de 226 mil em média por dia este ano, mais de sete vezes do que o realizado há um ano. Comparando o número de casos detetados com o número de testes, confirma-se uma proporção menor este ano: 6,7 casos este ano por cada 100 testes, quando há um ano a média diária foi de 10,4 casos por cada 100. Nota: este indicador será aproximado mas não é a taxa oficial de positividade, pois muitos dos casos confirmados podem referir-se a análises em atraso.

(Muito) menos internamentos e óbitos

Importante para comparar a gravidade atual da pandemia é comparar números de óbitos e de internamentos com os de há um ano. Se o número de infetados mais do que quadruplicou, o número de óbitos caiu 80% - e o de internamentos está cerca de 70% abaixo, incluindo em Unidades de Cuidados Intensivos.

A pressão sobre os hospitais é assim menor do que há um ano, quando Portugal estava ainda a entrar na então terceira vaga.

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Se os números absolutos são menores do que há um ano, em termos relativos são ainda menos graves. Face à média diária de infetados nesta semana à volta do Natal, o número médio de óbitos é de 0,09% (quando há um ano era de 2,09%); a proporção de internados é de 6,1% (era de 88,4% há um ano) e nos UCI é de 1% (era de 15,4% há um ano).

Pandemia menos grave

A CNN Portugal está a publicar esta análise diária desde que esta terça-feira os números de infeções dispararam: fá-lo para medir não apenas valores absolutos mas também para poder aferir sobre a gravidade comparada com o passado. Como vários especialistas têm apontado, a variante Ómicron, agora dominante, tem uma transmissibilidade muito elevada mas o seu impacto é menor do ponto de vista do desenvolvimento de doença grave e da mortalidade.

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Estes indicadores mostram que a pandemia está mais alastrada mas é menos grave agora nesta semana do Natal do que era há um ano. Para isto contribuirá a vacinação e possivelmente uma menor virulência da variante Ómicron.

Em face disto, vários especialistas têm referido que poderemos vir a mudar a estratégia na pandemia, aprendendo a “viver com ela” em vez de tentar erradicá-la. Portugal juntou-se hoje aos países que já estão a reduzir os períodos de quarentena para casos positivos. Não há ainda consenso sobre esse tipo de medidas. Os matemáticos preveem que o número de contágios continue a subir ao longo das próximas semanas.

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