Moreno e as críticas da ANTF: «Sou sócio e não cometi nenhum crime»

20 jul 2022, 14:04
Moreno (V. Guimarães)

«Se pensam que o João Aroso entrou cá por ter o nível IV, estão muito enganados», disse ainda o treinador do V. Guimarães

O treinador do V. Guimarães, Moreno, defendeu esta quarta-feira que não cometeu «nenhum crime» ao assumir o comando técnico da equipa principal dos minhotos, na sequência do afastamento de Pepa e das posteriores irregularidades apontadas pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).

Moreno ainda não tem o nível IV nos cursos de treinador homologados pela UEFA e a ANTF alegou, na segunda-feira, que a decisão tomada pela administração da SAD minhota constituiu um «atropelo» jurídico ao Regime de acesso e exercício da atividade de treinador de desporto.

«Sou sócio da ANTF, com as quotas em dia. Ao ler aquilo, parecia que tinha cometido um crime. Senti desconforto e preocupação ao ler aquilo. Não cometi nenhum crime. O meu foco está no jogo de amanhã», afirmou Moreno, que orientava a equipa B do Vitória, na antevisão da receção aos húngaros do Puskás Akadémia, em duelo referente à primeira mão da segunda pré-eliminatória da Liga Conferência (quinta-feira, 20h30).

Moreno disse até ter receado o que o mais recente adjunto da equipa, João Aroso, poderia ter pensado do assunto, vincando, a propósito, que a chegada de Aroso – inscrito como treinador na lista enviada à UEFA – vai muito mais além do facto de ter o nível IV de treinador.

«Se pensam que o João Aroso entrou cá por ter o nível IV, estão muito enganados. Queria uma pessoa com nível IV, mas que nos viesse acrescentar qualidade, competência, ponderação na competição e experiência acumulada com grandes profissionais», acrescentou.

Na sequência da promoção de Moreno à primeira equipa do Vitória, a ANTF pediu uma «tomada de posição» à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, por entender que a circunstância «desvirtua a verdade desportiva» e que «este constante clima de afronta às leis da República não pode continuar num Estado de Direito».

Sobre o jogo, Moreno lembrou que o adversário dispõe de internacionais húngaros, como os defesas Zsolt Nagy e Roland Szolnoki, o que espelha o «crescimento» do futebol daquele país, mas lembrou que o seu grupo tem «muita qualidade» a exibir. «Dissemos aos atletas que somos o Vitória. Se os atletas trouxerem tudo o que sabem cá para fora, com o conforto e o apoio que virão das bancadas, acredito muito que a equipa vai fazer um bom jogo e ganhar», perspetivou.

«Pedi equilíbrio mental à minha equipa. A cada perda de bola, terá de haver uma reação muito forte. Um jogo pode-se ganhar nos últimos minutos. Teremos de ser equilibrados a nível físico e mental ao longo de todo o jogo. Estou confiante pelos sinais que os atletas nos passaram nos últimos sete dias», projetou, recusando atribuir «favoritismo» na eliminatória.

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