Alerta: vem aí rajadas de mais de 100km/h, esquinas e avenidas são os pontos críticos

CNN Portugal , MG (notícia atualizada)
18 out 2023, 08:25
Chuva e vento

Várias zonas do país vão registar muita chuva e vento. Tudo, explicam os especialistas, devido à depressão Babet que se forma no Atlântico. "O que mais me preocupa é o que vai se suceder na quinta-feira", diz o climatologista Mário Marques

O vento irá agravar-se ao longo desta semana podendo ultrapassar os 100km/h, segundo os especialistas ouvidos pela CNN Portugal. De acordo com o climatologista da Planoclima, Mário Marques, as rajadas de vento vão piorar a partir de quinta-feira. ''O que mais me preocupa é o que vai se suceder na quinta-feira, pois prevê-se um agravamento do estado do tempo", diz, explicando as zonas mais atingidas por este fenómeno. "As condições meteorológicas poderão afetar particularmente Leiria, Lisboa, Évora, Setúbal, Beja e Algarve, com precipitações muito intensas e rajadas de vento que poderão atingir os 110km/h'', avisa o climatologista Mário Marques, esclarecendo que o percurso da depressão vai depois levar a que algumas regiões ou cidades sejam mais afetadas do que outras. 

O meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Pedro Sousa, confirma este cenário: ''Na quinta-feira prevê-se outra depressão que irá entrar em Portugal continental e será mais gravosa com vento muito intenso", explica, sublinhando que a velocidade máxima poderá chegar aos 100km/h e 110 km/h. "É um vento muito significativo'', frisa.

A ventania é resultado das condições climáticas que se estão a fazer sentir no país. Já esta terça-feira regista-se algum vento e rajadas mais fortes, com valores nos 80km/h e 90km/h. ''Este foi o pico'' desta terça-feira, disse Mário Marques, reforçando que o pior irá ocorrer na quinta-feira. O grande problema, de acordo com o climatologista, é o posicionamento da depressão que ainda é muito incerta. 

A mudança repentina das temperaturas

Segundo os especialistas, vai, contudo, haver uma melhoria da passagem do vento esta terça-feira antes da situação piorar drasticamente. ''O vento irá abrandar a partir da tarde desta terça-feira, mas irão permanecer os aguaceiros fortes que poderão vir acompanhados de trovoada'', clarifica Mário Marques. O meteorologista Pedro Sousa também comprova esta informação, assegurando que ''o vento irá acalmar gradualmente durante o dia''.

Este temporal é sinónimo da depressão Babet que está a passar próximo a Portugal continental e tem no seu centro muitos ventos acentuados que estão a afetar o território. ''Esta é uma depressão típica do outono-inverno que se forma no Atlântico. Ela gerou-se e intensificou-se muito próxima da Península Ibérica. Como está tão próxima de nós, está a influenciar-nos de forma direta'', refere Pedro Sousa. 

Um aspeto que marca estas condições atmosféricas adversas é a mudança repentina das temperaturas quentes na última semana para a chegada da precipitação forte. O meteorologista do IPMA esclarece que esta é uma conjuntura comum do mês de outubro. ''O outono é muito marcado por estas transições abruptas, de um calor extremo a grandes descidas da temperatura. Existem massas de ar ainda muito quentes, mas também já começam a existir massas de ar frias e que formam este conflito. Não é inesperado esta transição de padrão bastante significativa''.

Mário Marques, climatologista da Planoclima, também garante que este é um fluxo completamente normal nesta altura do ano: ''É a sinótica do mês de outubro''. Além disso, explica que a ventania que se faz sentir é mais exacerbada nas cidades. ''Este é um fenómeno que se localiza com frequência nas cidades com prédios, onde se desenvolve um agravamento das rajadas de vento. Ganham mais intensidade devido ao afunilamento das avenidas. Nas cidades somos surpreendidos pelo vento ao virar uma esquina. Portanto, em Lisboa, Porto e litoral edificado tende-se a agravar este evento'', esclarece. 

No meio urbano também é mais comum o risco de inundações rápidas. ''As inundações que têm sido registadas advêm de duas perspectivas: a própria meteorologia, isto é, a precipitação demasiado forte, e o escoamento e filtração no meio urbano que não ocorre da mesma forma que no campo'', disse o meteorologista Pedro Sousa. 

As temperaturas irão baixar gradualmente e a ocorrência de precipitação irá manter-se ao longo desta semana. No interior e norte espera-se uma mínima de 8º celsius e máxima de 12º/13º celsius. O litoral também irá ficar mais fresco com 12º/13º de mínima e 18º/19º de máxima. A sul a temperatura desce para os 19º/20º celsius. No fim de semana espera-se uma melhoria do estado do tempo.

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