Em declarações ao jornal venezuelano La Nación, Verónica Mesa, especialista em questões de tráfico de pessoas, explicou que “este tipo de crime está a crescer e a flutuar devido à crise humanitária no país e ao facto de as mulheres venezuelanas serem cada vez mais vulneráveis”.
Pelo menos 267 mulheres, crianças e adolescentes foram resgatadas de redes de tráfico de pessoas entre janeiro e junho deste ano, na Venezuela, segundo um relatório divulgado pela associação civil Mulier.
“Nos primeiros seis meses de 2023, do número total de mulheres resgatadas, 34 eram meninas e adolescentes”, explica a ONG no seu último relatório.
O documento, divulgado na segunda-feira, precisa que “em contraste, em 2022, 1.390 mulheres venezuelanas foram resgatadas no estrangeiro, 284 delas meninas e adolescentes".
“Enquanto isso, dentro do país, nesse mesmo ano, o número ficou em 60, incluindo crianças e adolescentes”, salientou a ONG.
Por outro lado, a Mulier chama a atenção para a existência de “casos em que as autoridades ou familiares, foram cúmplices na exploração de mulheres venezuelanas” e sublinhou a importância de dar visibilidade “à complexidade deste crime”.
Em declarações ao jornal venezuelano La Nación, Verónica Mesa, especialista em questões de tráfico de pessoas, explicou que “este tipo de crime está a crescer e a flutuar devido à crise humanitária no país e ao facto de as mulheres venezuelanas serem cada vez mais vulneráveis”.
Por outro lado, segundo Cristina Ciordia, do Centro de Justiça e Paz, o objetivo deste tipo de crime “é que as pessoas possam ser exploradas através da servidão doméstica, do trabalho forçado, da exploração sexual e da venda, inclusive para casamentos forçados”.
Perante a situação atual, a Mulier instou o Estado venezuelano a divulgar dados detalhados e sensíveis ao género sobre as vítimas de tráfico de seres humanos no país, bem como a formar os funcionários de migração, das forças de segurança e as autoridades locais na identificação de vítimas ou pessoas vulneráveis a este crime.
A Mulier apelou ainda aos pais e representantes a que estejam atentos à atividade das crianças e adolescentes nas redes sociais, para evitar que se tornem presas fáceis de grupos criminosos.