UEFA aprova novas regras do fair-play financeiro

7 abr 2022, 17:14
Aleskander Ceferin (AP Photo/Peter Dejong)

Regulamentos limitam os gastos com salários, transferências e taxas de empresários a 70% das receitas dos clubes

A UEFA aprovou os novos regulamentos do fair-play financeiro que limitam os gastos com salários, transferências e taxas de empresários a 70% das receitas dos clubes, informou o organismo esta terça-feira.

Os Regulamentos de Licenciamento de Clubes e Sustentabilidade Financeira pretendem pretende contribuir para a estabilidade financeira das equipas. O novo quadro entra em vigor a 1 de junho de 2022, mas será aplicado de forma gradual, durante três anos, de modo a dar tempo aos clubes para se adaptarem.

Esta medida resulta do facto de os contratos em vigor apresentarem um prazo médio de cerca de três anos, obrigando a que a limitação de despesas seja ficada em 90% na época 2023/24 e em 80% em 2024/25.

«A maior inovação no novo regulamento será a introdução de uma regra de custo do plantel para permitir melhor controlo de custos em relação aos salários dos jogadores e aos custos de transferência», explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.

O dirigente assinalou que os quadros de regulação financeira introduzidos em 2010 cumpriram o seu propósito, mas «a evolução da indústria do futebol e os efeitos financeiros da pandemia de covid-19 tornaram evidente a necessidade de uma reforma integral», que assenta em três pilares: solvabilidade, estabilidade e controlo de custos.

A verificação do cumprimento do fair-play financeiro será feita através de avaliações periódicas, com a UEFA a advertir que «as infrações resultarão em punições financeiras e desportivas predefinidas». Os controlos serão trimestrais, com “menos tolerância relativamente a atrasos nos pagamentos”, de forma a proporcionar melhor proteção aos credores.

A nova regra exige ainda a inexistência de dívidas a outros clubes, funcionários, autoridades e à própria UEFA.

Embora o novo quadro regulamentar aumento o «desvio aceitável» de 30 para 60 milhões de euros em três anos, os requisitos para garantir o valor justo das transações, melhorar o balanço financeiro dos clubes e reduzir dívidas foram significativamente reforçados.

«Estou muito satisfeito com o apoio de todas as partes, ligas, clubes e membros do Comité Executivo. Estes regulamentos vão ajudar-nos a proteger o futebol e prepará-lo para impactos futuros, enquanto fomentam o investimento racional e constroem um futuro sustentável», referiu Ceferin.

As Ligas Europeias congratularam-se, na sua maioria, com a aprovação dos novos regulamentos do fair-play financeiro.

Em comunicado, as Ligas, entre as quais a portuguesa, explica a aceitação de algumas matérias importantes agora aprovadas.

«A grande maioria dos membros das Ligas Europeias concordou em questões importantes, como o reforço das regras em relação a dívidas, as regras nos rendimentos, custos do plantel e reforço dos mecanismos de sanção, que estão bem refletidos nos novos Regulamentos (…)», referem.

Na mesma nota, as Ligas Europeias assinalam o papel ativo no processo, após um debate de dois anos com a UEFA, para «melhorar a sustentabilidade financeira a longo prazo dos clubes em toda a Europa».

«A implementação dos novos regulamentos continua a ser decisiva. Agradecemos à UEFA a boa consulta durante o processo», concluem as Ligas.

Relacionados

Patrocinados