Um número (1566) e um gráfico que mostram o aumento da violência numa região que já vive em guerra mesmo sem ela ter sido declarada

21 fev 2022, 20:01
Soldados ucranianos junto a uma casa destruída na região de Lugansk. Foto: Vadim Ghirda/AP

Explosões, tiros, disparos de projéteis. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) tem vindo a registar cada vez mais violações do cessar-fogo nas regiões do leste da Ucrânia que Vladimir Putin considerou como independentes

O número de violações ao cessar-fogo nas regiões separatistas ucranianas de Donetsk e Lugansk tem vindo a aumentar nos últimos dias e as recentes declarações de Vladimir Putin, que reconheceu as regiões de Donetsk e de Lugansk como independentes, poderão contribuir para uma escalada no confronto.

Os relatórios diários da Missão Especial de Monitorização na Ucrânia da OSCE demonstram como a violência tem aumentado naquelas regiões desde o final de janeiro. Nestes relatórios, são registadas as infrações testemunhadas diretamente pelos técnicos da missão ou gravadas pelas suas câmaras. Neles estão descritos vários tiros, explosões e disparos de projéteis e os lugares onde foram registados.

Esta segunda-feira, um civil de nacionalidade ucraniana foi morto num bombardeamento junto à linha da frente, avançou a agência AFP, citando fontes oficiais. Desde o início do conflito naquela zona, pelo menos 14 mil pessoas morreram.

Desde o dia 27 de julho de 2020, e até agora, a missão da OSCE documentou mais de 111 mil violações ao cessar-fogo.

"Terras ancestrais russas"

Numa declaração ao país, Vladimir Putin afirmou que a situação no leste da Ucrânia é novamente crítica e sublinhou que aqueles territórios são "terras ancestrais russas". "A Ucrânia é uma parte integral da nossa própria história. A Ucrânia moderna foi criada pela Rússia comunista", afirmou.

Putin justificou assim a decisão de reconhecer os dois territórios separatistas como independentes. Segundo noticia a imprensa russa, a decisão já foi comunicada por Putin aos líderes estrangeiros. O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron mostraram-se "desapontados", revela o Kremlin.

Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrelll, avisou que a União Europeia tem as sanções em cima da mesa e "está pronta a reagir".

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