Condenações, ameaças e apelos de última hora: as reações ao começo da guerra

24 fev 2022, 09:23
Soldados ucranianos removem destroços de uma carrinha atingida por um rocket russo em Kiev (AP Photo/Efrem Lukatsky)

A invasão da Rússia à Ucrânia motivou reações severas de vários países em diferentes cantos do mundo. De Portugal à China, os apelos ao regresso da paz multiplicam-se

A operação militar colocada em curso pela Rússia esta quinta-feira no leste da Ucrânia foi rapidamente e severamente condenada por líderes de várias nações. Desde a denúncia de uma “flagrante violação do Direito Internacional pela Federação Russa” a promessas de retaliação contra a economia de Putin, passando por mensagens de apoio à Ucrânia, o mundo olha com perplexidade o início de uma nova guerra na Europa.

 

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República 

A Presidência da República emitiu esta quinta-feira uma nota no seu site oficial, marcando uma tomada de posição e classificando a invasão russa à Ucrânia uma “flagrante violação do Direito Internacional pela Federação Russa”. Algum tempo depois, Marcelo Rebelo de Sousa esteve em entrevista na CNN Portugal, onde deixou também uma palavra de solidariedade ao povo e Estado ucranianos, e garantiu que o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a acompanhar em permanência os cidadãos portugueses em território ucraniano.

 

 

 

António Costa, primeiro-ministro

Durante a madrugada, António Costa reagiu à invasão através do Twitter, condenando “veemente a ação militar” e anunciando que vai ter uma reunião com o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Ministro da Defesa Nacional e o CEMGFA sobre a crise a Leste.  “Os meus pensamentos estão com o povo ucraniano perante este ataque injustificado e lamentável”, afirmou o primeiro-ministro.

 


 

Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Já Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, garantiu que a Ucrânia irá prevalecer com o apoio comunitário e reiterou que Putin está a colocar em risco o futuro do povo russo. Em comunicado oficial, Von Der Leyen disse que a UE condenou “a invasão da Rússia à Ucrânia, um país livre e soberano”, um ataque que define como “bárbaro”, tal como “os argumentos cínicos que são usados para o justificar. 

“Putin está a tentar puxar o relógio para trás, para o tempo do Império Russo, mas ao fazê-lo está a pôr em risco o futuro do povo russo. Peço à Rússia que interrompa imediatamente a violência e retirar as suas tropas da Ucrânia. Não vamos deixar o Presidente Putin derrubar a arquitetura de segurança que manteve a paz e a estabilidade ao longo de muitas décadas”.

 

 

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos

A Casa Branca enviou um comunicado esta quinta-feira acusando Vladimir Putin de “escolher começar uma guerra premeditada que causará perdas e sofrimento humanos catastróficos". Para Biden, a Rússia "é responsável pela morte e destruição que este ataque causará" na Ucrânia.

O presidente dos Estados Unidos indicou ainda que irá apresentar esta quinta-feira “as consequências” deste “ataque injustificado” e que se irá reunir com os líderes do G7. "O mundo vai exigir contas" a Moscovo, insistiu o chefe de Estado norte-americano.

 

Emmanuel Macron, presidente da França

O presidente francês, que assumiu uma posição de mediador de diálogo entre a Rússia e o Ocidente, pediu a Moscovo que “acabe imediatamente com as suas operações militares”. Emmanuel Macron explicou que “A França, que está solidária com a Ucrânia e ao lado dos ucranianos, está a agir, juntamente com os seus parceiros e aliados, para colocar um fim a esta guerra. 

“Ao povo ucraniano, ao Presidente Zelensky, esta noite, reitero o nosso apoio, o nosso apego à soberania e integridade territorial da Ucrânia. Em matéria económica e financeira, em termos de equipamento defensivo, a França continuará a dar o seu apoio”, escreveu Macron no Twitter.

 

Boris Johnson, primeiro-ministro do Reino Unido

O primeiro-ministro britânico teve esta quinta-feira uma conversa ao telefone com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, onde manifestou o seu “choque pelos últimos desenvolvimentos no leste do país”, deu conta uma nota do gabinete de Downing Street. Depois, no Twitter, Boris Johnson acusou Putin “de escolher a via do sangue e da destruição ao lançarem este ataque sem precedentes na Ucrânia”.

 

 

Dmytro Kouleba, ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano

Do lado ucraniano, Dmytro Kouleba escreveu que "as pacíficas cidades ucranianas estão a ser atacadas” e que esta é “uma guerra de agressão”. No Twitter, o governante afirmou que a “Ucrânia irá defender-se e vencer”, mas apelou aos líderes a que o mundo detenha Putin. “Agora, está na hora de agir", concretizou.

 

 

António Guterres, Secretário-Geral da ONU

O conflito liderado pela Rússia na Ucrânia "tem de acabar agora", defendeu o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

"Presidente Putin, em nome da humanidade faça regressar as suas tropas à Rússia", disse o chefe da ONU, visivelmente abalado com o anúncio de uma operação militar russa na Ucrânia, em plena sessão do Conselho de Segurança. "Este é o momento mais triste do meu mandato como secretário-geral da ONU", acrescentou.

O ataque russo à Ucrânia "abala os alicerces da ordem internacional", disse hoje o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

"Condenamos veementemente a Rússia. Vamos coordenar esforços com a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, e reagir rapidamente" à situação, disse Kishida aos jornalistas após uma reunião do Conselho de Segurança Nacional.

 

Mario Draghi, primeiro-ministro italiano

O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, condenou hoje o ataque da Rússia à Ucrânia, classificando-o de "injustificado e injustificável".

"A Itália está próxima do povo e das instituições ucranianas neste momento dramático", acrescentou, em declarações aos jornalistas.

Draghi afimou estar "a trabalhar com aliados europeus e da NATO para responder imediatamente, com unidade e determinação".

 

Zhang Jun, embaixador chinês nas Nações Unidas

A China disse hoje que uma solução pacífica para a crise ucraniana é "ainda possível", depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter avançado com uma operação militar na Ucrânia.

"A China acredita que a porta para uma solução pacífica da crise ucraniana ainda não foi completamente fechada, e não deve ser fechada. Saudamos todos os esforços que possam ajudar a resolver isto através dos canais diplomáticos", disse o embaixador chinês nas Nações Unidas, Zhang Jun, durante uma reunião do Conselho de Segurança, segundo um comunicado da missão diplomática na ONU.

Segundo Zhang, "a situação está num momento crucial", mas todas as partes envolvidas devem "exercer contenção" e "evitar uma nova escalada de tensões".

 

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, condenou a agressão da Rússia contra a Ucrânia e garantiu que continua em contacto "estreito" com os parceiros da União Europeia e da NATO para coordenar a resposta.

Numa publicação na rede social Twitter, Sánchez também enviou uma mensagem de solidariedade de Espanha. "O Governo de Espanha condena a agressão da Rússia contra a Ucrânia e mantém-se solidário com o Governo e o povo ucraniano", escreveu.

"Mantenho-me em estreito contacto com os nossos parceiros e aliados na União Europeia e na NATO para coordenar a nossa resposta", concluiu.

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