"Já vi Trump nu. Ele não me mete medo": Stormy Daniels volta a falar (e em março há tribunal)

7 dez 2023, 11:52
Stormy Daniels à saída de audiência num tribunal de Nova Iorque

Numa entrevista a um jornal britânico, a atriz de filmes para adultos lamenta que vá ficar para a História "por ter tido sexo com o duende cor de laranja". Julgamento que envolve Stormy Daniels e Trump arranca em março de 2024

A três meses de Donald Trump começar a ser julgado pelo alegado pagamento de subornos a duas mulheres durante a campanha para as presidenciais de 2016, Stormy Daniels volta a falar publicamente sobre o "breve e dececionante" encontro extraconjugal com Trump dez anos antes.

Numa entrevista ao Times publicada esta quinta-feira, Stormy Daniels (nome de batismo Stephanie Clifford) mantém a versão dos acontecimentos sobre o que se passou em 2006, quando conheceu Trump numa festa num hotel do Nevada e acabou num quarto a ter relações sexuais com o magnata do imobiliário, à data casado, como hoje, com Melania Trump.

"Já vi Trump nu. Ele não me mete medo", assegura a estrela de filmes para adultos ao jornal britânico. "As pessoas às vezes dizem-me 'não é porreiro que vás ficar para a História um dia?', e eu penso 'pois, por ter tido sexo com o duende cor de laranja'... é esse o meu legado? que bom."

Dez anos depois desse encontro, em plena campanha eleitoral, Michael Cohen, então advogado do candidato Trump, pagou 130 mil dólares à atriz e um valor desconhecido a uma segunda mulher com quem Trump também terá mantido um caso extraconjugal, através de uma empresa-fachada ligada ao ex-Presidente.

O caso levou à abertura de um processo criminal, tornando Trump o primeiro presidente da História dos EUA a enfrentar um processo desta natureza. No final de 2018, Cohen foi condenado a três anos de prisão pelo que o juiz a cargo deste caso disse ser uma "verdadeira miscelânea" de condutas criminosas, incluindo os pagamentos a Daniels e o facto de ter mentido ao Congresso sobre as ligações de Trump à Rússia.

Novamente candidato à presidência nas eleições de 2024, Trump mantém até hoje que nunca dormiu com Daniels nem lhe pagou pelo seu silêncio, mas as contradições no discurso têm sido gritantes. Em 2018, enquanto ainda ocupava a Casa Branca, admitiu que "reembolsou totalmente" os 130 mil dólares gastos por Cohen. Se nunca teve sexo com Stormy Daniels, para que serviu esse dinheiro?, questiona o Times.

Já este ano, em fevereiro, numa série de publicações furiosas na sua rede Truth Social, Trump escreveu: "No que toca ao disparate 'Stormy', é MUITO ANTIGO & aconteceu há muito tempo, muito depois do prazo publicamente conhecido e aceite no Estatuto de Prescrições [de Crimes]".

Sobre Cohen, adiantou: "Ele vinha de uma boa sociedade de advogados, representou outros clientes ao longo dos anos e não havia NENHUMA razão para eu não confiar nele e confiei". 

Na rede social X (ex-Twitter), Daniels contra-atacou com um único post: "Obrigada por admitires que eu disse a verdade sobre TUDO. Acho que vou levar a minha 'cara de cavalo' de volta para a cama depois disto, sr. ex-'presidente'. E por falar nisso, é esta a forma correta de usar aspas".

Numa altura em que volta a liderar as sondagens para as primárias republicanas, o ex-Presidente enfrenta cinco processos judiciais, na sua maioria relacionados com suspeitas de fraude fiscal em Nova Iorque e de interferência nas eleições de 2020, na alegada tentativa de reverter a vitória de Joe Biden.

O arranque do julgamento no caso Stormy está marcado para 25 de março de 2024, no rescaldo das primárias no Louisiana e no Missouri e dias antes de outros sete estados irem a votos para escolherem se querem Trump a defrontar novamente Biden em novembro.

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