Adesão à greve de trabalhadores da Rodoviária de Lisboa ronda os 55%

Agência Lusa , BCE
4 mar 2022, 13:05
Rodoviária de Lisboa

Nas nove greves anteriores, a adesão à greve rondou entre os 70 a 80%

A administração da Rodoviária de Lisboa (RL) disse esta sexta-feira que a adesão à greve dos trabalhadores da transportadora ronda os 55%, contra os 70 a 80% indicados pelo sindicato representativo.

“A Rodoviária de Lisboa informa que a taxa de adesão à greve desta sexta-feira ronda os 55%”, indicou fonte da administração da empresa, numa nota enviada à agência Lusa.

No entanto, em declarações à Lusa, esta manhã, o presidente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (SITRL), João Casimiro, indicou uma adesão a rondar os 80 a 70%”.

“Tal como nas nove greves anteriores, o balanço geral ronda os 70 a 80%. Mantêm-se mais ou menos os mesmos números”, disse à Lusa o presidente do SITRL.

A greve, a 10.ª desde julho do ano passado, convocada pelo SITRL, teve início às 03:00 desta sexta-feira e termina às 03:00 de sábado.

Os trabalhadores estão também a cumprir uma greve ao trabalho extraordinário durante este mês para reivindicar aumentos salariais.

Trabalhadores reivindicam aumento salarial 

De acordo com o SITRL, os trabalhadores da RL reivindicam um aumento salarial para os 750 euros, de forma a “compensar a subida do salário mínimo”.

Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.

Além da questão salarial, o sindicalista alertou para o facto de estarem a sair cada vez mais motoristas da RL para outras empresas do setor que “pagam muito melhor” e para as dificuldades de recrutamento.

Na quinta-feira, a administração da RL apresentou uma proposta para negociação salarial, ainda insuficiente para as organizações sindicais.

Em comunicado, a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) indicou que as organizações sindicais receberam da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), em nome da administração da RL, uma proposta para negociação com vários pontos.

De acordo com o documento, para os trabalhadores da RL o vencimento base teria “um acréscimo de 25 euros em janeiro de 2022, mais um acréscimo de 20 euros em janeiro de 2023, um subsídio de agente único e integração total, passando a ser aplicado o regime ANTROP, em outubro de 2022”.

Para os trabalhadores abrangidos pelo contrato coletivo de trabalho (CCTV) da ANTROP, decorre um outro processo de negociação, para o qual os sindicatos ainda aguardam entrega de uma proposta.

“Da parte do STRUP/FECTRANS considera-se esta proposta insuficiente, mas regista-se a alteração de posição da administração da empresa, que passou a aceitar negociar a atualização dos salários destes trabalhadores, quando antes remetia isso para a negociação do CCTV setorial”, refere o comunicado.

Agora o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP) irá apresentar uma contraproposta.

Em julho, a RL vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa, que operará nos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa.

Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes.

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