João Sousa: «Sinto que tenho jogado a um nível alto»

24 mai 2022, 21:33
João Sousa em Indian Wells 2021 (Mark J. Terrill/AP)

Tenista português «feliz» pela passagem à segunda ronda do Roland Garros, naquele que é «o melhor início de época» da carreira

O tenista português João Sousa assumiu que é «muito especial» estar de volta às vitórias em Roland Garros, depois de carimbar o acesso à segunda ronda ao eliminar na estreia Chun-hsin Tseng.

«Roland Garros sempre foi o torneio do Grand Slam mais difícil para mim. As condições são demasiado lentas, apesar de terem mudado a bola e tudo isso. Nunca me senti tão bem aqui, mas pode ser que isso este ano mude. Foi uma primeira ronda difícil, exigente e são sempre os encontros mais complicados. Ele vinha do ‘qualifying’, já rodado, e, nesse sentido, tinha vantagem, mas é uma alegria enorme vencer encontros no Grand Slam e, depois de uma grande semana, deixa-me ainda mais feliz», disse o luso.

Depois de perder a final do torneio de Genebra no passado sábado, perante o norueguês Casper Ruud, número oito mundial, João Sousa, 63.º, passou teve de aguentar quatro horas e 23 minutos, esta terça-feira, para bater o jovem tenista da China Taipé, em cinco sets, por 6-7 (5-7), 6-1, 4-6, 6-1 e 6-4.

«Foi, provavelmente, o encontro mais longo da minha carreira. Tive poucos dias de adaptação e, à semelhança da semana passada, consegui competir muito bem, apesar das sensações serem diferentes. As condições são outras, aqui a bola anda muito menos e é mais difícil de ser fiel ao meu jogo. Foi muito difícil. Fiquei muito surpreendido com o nível dele. Sabia que ele tinha sido um muito bom júnior, mas superou as minhas expectativas», reconheceu.

O tenista vimaranense admitiu que «as coisas podiam ter caído para qualquer um dos lados».

«Perdi o primeiro ‘set’, mas sabia que ainda estava a encontrar as minhas sensações e ganhei o segundo facilmente. Depois, quebrei animicamente no terceiro e, no quarto, voltei a ser melhor. Queria que ele começasse a servir no quinto ‘set’ e correu bem. Não era fácil este encontro, joguei uma final de três horas há dois dias e pensava que vinha em condições físicas desfavoráveis, mas senti-me muito bem, estive sempre mentalmente muito agarrado, senti sempre que podia dar a volta e felizmente consegui», observou.

O número 1 português confessou ainda que está a viver «o melhor início de época» da carreira.

«Mas, isto não é como começa, é como acaba. Até ao momento, tem sido fantástico e, apesar dos resultados, o que importa é o nível e sinto que tenho jogado a um nível alto. Depois de tudo o que passei com o ténis, com muitas dúvidas e coisas que me passaram pela cabeça, é um orgulho voltar a estar aqui», vincou, em referência à lesão no pé esquerdo, em 2019, e a uma tendinite no antebraço direito, que o afastaram dos courts e dos bons resultados.

Garantida a passagem à segunda ronda, depois de quatro anos em que perdeu na estreia, João Sousa tem agora pela frente o italiano Lorenzo Sonego, 32.º mundial, que também nesta terça-feira eliminou o alemão Peter Gojowczyk, pelos parciais de 6-2, 6-2 e 6-1.

«Não jogamos há muito tempo, mas é um grande jogador, agressivo e vai ser seguramente muito duro. O objetivo é ganhar, naturalmente», concluiu.

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