Chamadas telefónicas e emails são contabilizados como consultas pelos hospitais

19 dez 2022, 07:33
Hospital Santa Maria (Lusa/Tiago Petinga)

REVISTA DE IMPRENSA Dados fornecidos pelos hospitais contradizem os disponíveis no Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde

Os emails e telefonemas estão a ser contabilizados como telemedicina pelos hospitais portugueses, avança o Jornal de Notícias (JN) na sua edição desta segunda-feira.

O diário escreve que a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) deu, no ano passado, ordens aos hospitais públicos para registarem estes atos como consultas médicas, o que fez com que os números de prestação de serviços de telemedicina disparassem, tornando-se pouco fiáveis.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) já pediu uma clarificação dos conceitos junto dos hospitais, e alerta que encontrou inconsistências entre os dados disponibilizados no Portal da Transparência do SNS e os números fornecidos pelos hospitais.

Segundo os dados do SNS, o número de teleconsultas aumentou 49% entre 2019 e 2020 e 697% entre 2020 e 2021, o que se traduz num aumento de 1090% entre 2019 e 2021.

 No entanto, os números fornecidos pelos hospitais são muito diferentes, os quais permitem concluir que, de 2019 para 2020, houve um aumento de 214% nas atividades das teleconsultas e de 465% nas consultas médicas sem a presença do utente, enquanto de 2020 para 2021 houve um aumento de 158% de teleconsultas e uma redução de 13% nas consultas médicas sem o utente. De 2019 para 2021 houve, então, aumentos de 711% e de 391%, respetivamente.

Ao diário, o presidente da Associação Portuguesa de Telemedicina, afirma ao jornal que os telefonemas e emails estão longe de poderem ser considerados telemedicina. Por sua vez, a ERS conclui que “não é possível aferir com exatidão sobre a evolução das teleconsultas realizadas no último ano”.

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