Companhia aérea lucrou 203,5 milhões nos nove meses, após prejuízo de 90,8 milhões no mesmo período de 2022. Resultado foi "o mais elevado desde que são divulgados resultados trimestrais"
A TAP lucrou 203,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, depois de no período homólogo ter sofrido um prejuízo de 90,8 milhões de euros, informou a empresa num comunicado divulgado no respetivo site, adiantando que o resultado “é o mais elevado de sempre desde que são divulgados resultados trimestrais“.
Segundo a nota, a companhia aérea liderada por Luís Rodrigues explicou que as receitas operacionais nos primeiros nove meses de 2023 ascenderam a 3,2 mil milhões de euros, demonstrando um aumento de 725 milhões (+29,7%) em comparação com o
mesmo período de 2022.
“Este crescimento consistente das receitas reflete a abordagem estratégica da TAP para aproveitar as oportunidades de mercado“, sublinhou a companhia.
Em relação ao terceiro trimestre, a TAP informou que o resultado líquido totalizou 180,5 milhões, tendo sido o resultado líquido trimestral mais elevado desde que há registos trimestrais, melhorando em 69,2 milhões em comparação com o terceiro trimestre de 2022 e 179,4 milhões de euros quando comparado o mesmo período de 2019.
“Os resultados do terceiro trimestre são encorajadores e validam o foco da organização em executar um bom verão para os nossos passageiros”, referiu o CEO, Luís Rodrigues, citado no comunicado.
“Estamos a dar sólidos passos para melhorar a robustez das nossas operações e a qualidade do serviço que prestamos aos nossos passageiros, acelerando a recuperação dos dois últimos difíceis anos”, disse, sublinhando que o aumento significativo das receitas, suportado por margens operacionais resilientes e um forte trajeto de desalavancagem, “provam a solidez financeira do grupo num contexto desafiante”.
No período de julho a setembro, as receitas operacionais aumentaram em 12,5% em comparação com o período homólogo e, tendo aumentado em 139,5 milhões de euros para 1.258,5 milhões, ultrapassando e representando 121% das receitas operacionais do terceiro trimestre da pandemia. “Este aumento deveu-se maioritariamente ao aumento das yields juntamente com um aumento da capacidade”, sublinhou a empresa.
O Governo deu a 28 de setembro o primeiro passo para a venda de entre 51% e 100% da TAP, com a aprovação do decreto-lei de reprivatização. A companhia aérea será alienada através de um processo competitivo de venda direta.
A empresa vai voltar a ter donos privados depois de em 2020 o Governo ter avançado para a nacionalização da companhia, cuja sobrevivência ficou posta em causa pelo impacto da pandemia no transporte aéreo. A entrada do Estado ditou a saída da Atlantic Gateway, de David Neeleman e Humberto Pedrosa, que tinham ganho a reprivatização de 2015, feita pelo Governo PSD/CDS.