TAP: oposição reitera críticas à nova versão do relatório e aponta omissões

Agência Lusa , MJC
13 jul 2023, 18:12
Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP (Lusa/ António Cotrim)

O deputado bloquista Pedro Filipe Soares considerou que, “infelizmente, este relatório não assume com as suas descrições, conclusões, o resultado dos trabalhos desta comissão”, apontando “diversas debilidades”, como a omissão de declarações de “um conjunto alargadíssimo de audições vistas por todo o país”

Os partidos da oposição reiteraram as críticas ao relatório da comissão de inquérito à TAP, apesar da inclusão de algumas propostas apresentadas, insistindo, entre outras omissões, na ausência de depoimentos e conclusões sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas.

O deputado bloquista Pedro Filipe Soares considerou que, “infelizmente, este relatório não assume com as suas descrições, conclusões, o resultado dos trabalhos desta comissão”, apontando “diversas debilidades”, como a omissão de declarações de “um conjunto alargadíssimo de audições vistas por todo o país”.

“É incompreensível que o PS se preste a esta situação e, por isso, é de sobremaneira incompreensível que a senhora deputada relatora acabe por ser um embuste, nesta vertente, ao país”, afirmou o deputado do BE. Já o deputado comunista Bruno Dias disse que o relatório “tem como problema principal, para o PCP, a mesma opção política que está a prevalecer na atuação do Governo, […] que é apontar para o caminho da privatização futura”.

“Temos aqui a anatomia de um crime relativamente às privatizações da TAP e suas consequências e temos aqui um branqueamento completo dessas consequência e da aprendizagem que devíamos fazer para o futuro”, defendeu Bruno Dias.

Por parte do Chega, o deputado Filipe Melo considerou que as propostas do partido acolhidas pela relatora configuram alterações “circunstanciais, de constatação dos factos” ouvidos nas audições, ignorando pontos que considerou fundamentais e que “marcadamente comprovam a existência de ingerência politica na gestão da companhia aérea”.

Sem surpresa, o PS ficou isolado na defesa do documento, com o deputado Bruno Aragão a sublinhar que “a primeira coisa que a comissão de inquérito deve fazer é ter uma natureza e conteúdo factual e muito menos uma natureza e conteúdo político”.

“Há uma coisa que não pode acontecer, é que ouvida a resposta a ignoremos, isso é que desvirtua o que deve ser o relatório de uma comissão de inquérito”, defendeu Bruno Aragão.

Apesar de não terem apresentado qualquer proposta de alteração, PSD e IL tiveram oportunidade de justificar esta opção, com o social-democrata Paulo Moniz a afirmar que este é o “melhor relatório para o senhor primeiro-ministro”. “Com base neste relatório não tem nenhuma consequência para retirar. Pode ir a banhos sossegado”, referiu o deputado do PSD.

Já Bernardo Blanco, da IL, disse que o partido não tinha apresentado propostas propositadamente, por não poder compactuar com o documento. “Não somos idiotas úteis de ninguém. […] Falta um capítulo inteiro sobre os acontecimentos de 26 de abril”, afirmou, acrescentado ainda que há depoimentos ignorados no relatório sobre a interferência política na companhia aérea.

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