Taça: Olivais e Moscavide-Sporting, 1-3 (crónica)

David Marques , Estádio José Gomes, Amadora
21 out 2023, 23:04

Um cheirinho de Taça, um cheirinho de Sporting

«Façam Taça.»

Assim que o Maisfutebol assentou arraiais na Reboleira, foi inevitável olhar para a grande mensagem atrás de uma das balizas.

Foi escrita em tempos para o Estrela, que emprestou o José Gomes ao Olivais e Moscavide para receber o Sporting, mas ganhou todo o sentido quando Fabrício Simões atirou sereno da marca dos onze metros para o golo que deu à equipa da 1.ª divisão distrital de Lisboa uma improvável vantagem sobre o líder da Liga portuguesa.

Nesse momento, foi também inevitável não pensar no outono passado, quando o Sporting caiu com estrondo diante do Varzim na mesma eliminatória da Taça.

Agora, o desequilíbrio de forças era ainda mais acentuado do que há um ano, mas a Taça é a competição das histórias encantadas. Dos heróis improváveis. E neste sábado provou sê-lo durante 53 longos minutos, o tempo que o Sporting precisou para chegar à vantagem.

Ruben Amorim prometera na véspera apresentar um onze capaz de dar garantias como se este fosse um jogo de campeonato, mas a convicção do treinador leonino perdeu força rapidamente. Com muitas peças diferentes – St. Juste regressou à equipa seis meses depois e Dário Essugo estreou-se em 2023/24 – o Sporting teve-as também em lugares diferentes. E isso, mais até do que a notável bravura do adversário, foi o que mais penalizou o conjunto de Amorim, que tardou em soltar e, quiçá, livrar-se dos fantasmas de há um ano.

Ainda assim, quando Marcus Edwards anulou a vantagem do Olivais e Moscavide ao minuto 44, os leões já haviam acumulado ocasiões de sobra para estarem em vantagem. Edwards desperdiçou a primeira (de forma clamorosa) ainda com 0-0 e, já com o Sporting em desvantagem, Francisco Trincão e Pedro Gonçalves acertaram na barra.

Ao intervalo, Amorim fez apenas uma mudança. Geny Catamo entrou para o lugar de Fresneda e não tardou a ter impacto no jogo, aproveitando uma sobra para fazer o 2-1.

A ordem natural das forças estava reposta, mas a tremenda ineficácia ofensiva do Sporting e a capacidade de superação do Olivais e Moscavide foi mantendo no jogo a equipa da zona oriental de Lisboa.

Até aos 90+4m, quando Daniel Bragança colocou, com justiça mas também uma certa dose de crueldade para com um adversário corajoso, um ponto final na ponta de incerteza que nunca deixou de pairar na Reboleira.

Os leões não repetem o outono passado, mas é desaconselhável repetirem noites como esta. De um cheirinho de Sporting.

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