Taça: Sp. Braga-Benfica, 1-1 (5-4 g.p.) (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
9 fev 2023, 23:33

Águia volta a cair na pedreira. Onze metros para o Jamor

O Sp. Braga está nas meias-finais da Taça de Portugal. Eliminou o Benfica num jogo emotivo que apenas se resolveu nas grandes penalidades. Empate a uma bola no tempo regulamentar, 5-4 nos penálties. Depois de jogar a partir da meia hora com menos um elemento, os encarnados arrastaram a eliminatória para os onze metros, mas aí os guerreiros foram mais fortes.

Aursnes, que fez uma partida competente, desperdiçou a grande penalidade – foi o único a falhar – permitindo a defesa a Matheus, deixando a bola do lado de Al Musrati. O médio da Líbia, que tinha marcado de bola corrida, assumiu o último penálti e atirou o Sp. Braga para a antecâmara do Jamor: os bracarenses vão disputar a meia-final com o Nacional, do segundo escalão.

Terceira jogo consecutivo a perder do Benfica em Braga, que este ano apenas sabe o que é perder frente aos minhotos. Estão fora da prova rainha do futebol português, interrompendo assim a série de quatro triunfos consecutivos. A fazer um jogo personalizado, os encarnados foram penalizados pelo lance imprudente que valeu a expulsão a Bah. Alheio a isso, o Sp. Braga cresceu e tomou conta do jogo. Foi feliz na marca dos onze metros e continua na Taça.

Meia hora à Benfica, expulsão e um quarto de hora à Braga

Depois de um arranque dividido, em que se registou muita luta pela posse de bola, o Benfica adiantou-se no marcador quando estava decorrido um quarto de hora de jogo. Pontapé de canto à maneira curta, Neres colocou de pé esquerdo na área onde a cabeça de Gonçalo Guedes foi mais assertiva a desviar para o fundo das redes.

Seguiu-se um quarto de hora de domínio sem contestação do Benfica, que, mesmo não criando perigo, tinha bola e jogando de pé para pé não permitia que o Sp. Braga entrasse jogo. Até que à meia hora de jogo tudo mudou. Bah foi imprudente numa jogada a meio campo, entrada feia de sola no tornozelo de Pizzi, Tiago Martins foi alertado pelo VAR e o Benfica ficou reduzido a dez.

Inverteu-se por completo o jogo. De pronto os arsenalistas galvanizaram-se encostaram o Benfica às cordas. Schmidt ainda sacrificou Gonçalo Guedes para equilibrar a equipa, com a entrada de Gilberto, mas não teve tempo. Al Musrati estava ao segundo poste e encostou sem oposição o canto batido por André Horta, com Tormena a desviar no coração da área.

Encaixe técnico: mais meia hora de prolongamento

O intervalo foi tempo de jogar com as peças do tabuleiro. Artur Jorge deixou Pizzi nas cabines, apostando na explosão de Bruma. Schmidt montou uma defesa a três com a entrada de Morato e Gonçalo Ramos entrou para o ataque – saíram Florentino e Neres. Montou-se um jogo de paciência com os bracarenses, com mais bola, a jogar frente à organização das águias.

Cum um assédio territorial e de posse de bola, mas sem perigo, o Sp. Braga foi tentando encontrar caminhos para se colocar em carreira de tiro perante Vlachodimos. Com o seu futebol curto, que em inferioridade se tornou demasiado curto, o futebol de pé para pé do Benfica quase nunca teve pés suficientes para ir à área adversária importunar.  

No último lance do tempo regulamentar Bruma acelerou pela esquerda e cruzou para o remate em habilidade de Banza embater na faze exterior do ferro. O jogo arrastou-se com uma espécie de encaixe técnico que foi perdurando. Os manos Horta ainda tentaram inverter a tendência, primeiro André e depois Ricardo, de fora da área, testaram a atenção de Vlachodimos, mas sem sucesso.

Contenção, Benfica com nove e definido nos penáltis

Na meia hora extra Schmidt tentou incrementar no jogo o fator Rafa, retirando das quatro linhas Gonçalo Ramos, que tinha entrado ao intervalo. Uma cartada para tentar esticar jogo, contrariando dessa forma o domínio dos arsenalistas. Um domínio que continuou a notar-se, ainda que com menos afinco.

Num jogo a eliminar, a dose de prudência teve de ser maior e o risco foi muito mais calculado de parte a parte, o que fez com que a supremacia do conjunto de Artur Jorge fosse tão assertiva. Mais meia hora não foi suficiente, Morato ainda foi expulso num dos últimos lances deixando o Benfica com nove, e teve mesmo de se recorrer ao desempate através de grandes penalidades.

A onze metros da baliza, sorriu o Sp. Braga. Matheus travou o remate de Aursnes e deu o caminho do sucesso a Al Musrati. O médio atirou para o fundo das redes e repete o filme. Derrota do Benfica em Braga, seguem em frente os guerreiros.

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