“Se eu fosse presidente da Comissão Europeia…” Summer Cemp, o futuro da UE debate-se em Portugal

CNN Portugal , ARC
30 ago 2023, 08:00
Portugal e União Europeia (Picture alliance / Getty Images)

Ponte da Barca recebe, entre 30 de agosto e 2 de setembro, a sexta edição da escola de verão da Representação da Comissão Europeia em Portugal

Quarenta participantes, mais de 70 oradores e moderadores e oito mentores vão debater o presente e o futuro da União Europeia a partir desta quarta-feira. Durante quatro dias, Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo, é o cenário da sexta edição do Summer CEmp, a escola de verão da Representação da Comissão Europeia em Portugal.

“Se eu fosse presidente da Comissão Europeia…” é a grande questão à qual os universitários que participam neste “evento ímpar em Portugal” vão ter de responder, antecipa Sofia Moreira de Sousa, chefe da missão de representação da Comissão Europeia (CE) em Portugal.

Desde o papel da Europa no mundo até à inteligência artificial, vão estar em cima da mesa os mais variados temas, mas a derradeira questão acaba por ter o protagonismo. “Com o fim do verão e a dias do discurso de balanço do estado da União Europeia pela presidente da CE, é importante dar respostas aos desafios e às preocupações dos jovens”, explica Sofia Moreira de Sousa, garantindo que a discussão é “particularmente relevante” este ano, com o aproximar do fim do mandato de Ursula von der Leyen, em junho de 2024. 

“O Summer CEmp é mais do que uma escola de verão, é um local onde todos aprendem com todos”, continua a representante da CE. A edição deste ano, que é a sexta, conta com “conversas com ministros de Portugal, da Alemanha e de França, eurodeputados, o presidente da Assembleia da República, jornalistas, artesãos e empreendedores locais”, entre outros.

Estes diálogos acontecem a par de atividades práticas na região, como uma sessão com a fadista Katia Guerreiro, que, para além de entoar o Hino da Alegria, se vai juntar a Luís Rocha, músico local, para “dar um cheirinho da cultura local”, conta a artista, que, por ser já presença habitual, diz sentir-se “adotada” pela iniciativa.

A ideia é “aproveitar os recursos do local”, tal como acontece com o Parque Natural da Peneda-Gerês. “Nós tentamos levar eventos e a discussão sobre a Europa para fora dos grandes centros”, sublinha Sofia Moreira de Sousa, garantindo que a escolha se deve a ser “um sítio maravilhoso, com muitos projetos de inclusão social e com exemplos de cooperativas, bordadeiras e muitos outros”.

Para Ponte da Barca dirigem-se, assim, 40 estudantes inscritos no ensino superior no ano letivo de 2022/2023. “Recebemos centenas de jovens a concorrer”, conta a representante da CE, referindo a dificuldade em selecionar os participantes. A escolha final teve por base o desejo de ter presentes “jovens de vários pontos do país, de diferentes áreas e com experiências pessoais diferentes”.

A seu lado vão estar oito mentores. É o caso de Miguel Monjardino, professor de Geopolítica e Geoestratégica do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. “São quatro dias de imersão total, com conversas muito intensas, com pontos de vista muito diferentes”, conta o mentor, que participa no Summer CEmp pela segunda vez, depois de ter marcado presença na edição dos Açores.

A expectativa para esta edição é “a mesma” do ano passado. “Em termos geracionais é muito interessante, porque, enquanto a mim me marcou a queda do Muro de Berlim, a esta geração terá sido a pandemia e o conflito na Ucrânia”, observa o professor de Geopolítica e Geoestratégica, explicando que o papel de um mentor é “ouvir e guiar algumas conversas”.

A fadista Katia Guerreiro mantém também as expectativas altas. “Vou com um espírito muito aberto”, conta, acreditando que o Summer CEmp é essencial para mostrar aos “europeus do futuro” que “uma Europa unificada é uma Europa mais forte”.

A escola de verão da Representação da Comissão Europeia em Portugal acontece pela primeira vez na região norte. Ponte da Barca acolhe o evento depois de Monsanto (2017), Marvão (2018), Monsaraz (2019), Alcoutim (2021) e Ribeira Grande, nos Açores (2021).

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