Crise sísmica: Proteção Civil dos Açores assegura que reforço de meios não corresponde a "escalada da ameaça"

Agência Lusa , BC
2 abr 2022, 14:41
Ilha de São Jorge, Açores (Lusa/ António Araújo)

Proteção Civil garante que a chegada de mais meios à ilha estava planeada desde início da crise sísmica e não significa que o perigo tenha aumentado

O presidente da Proteção Civil dos Açores pediu à população da ilha de São Jorge “tranquilidade vigilante”, assegurando que o reforço de meios no terreno não se deve a “uma escalada da ameaça” sismovulcânica.

“Não vamos baixar a guarda por estarem a sentir-se menos sismos. Peço à população que mantenha uma tranquilidade vigilante. Mas não há razão para uma preocupação adicional por estarem mais meios no terreno”, garantiu Eduardo Faria aos jornalistas, no ‘briefing’ diário realizado este sábado para atualização de dados sobre a crise sísmica naquela ilha do arquipélago dos Açores.

O responsável regional da Proteção Civil assegurou que “não é pela escalada da ameaça que se estão a ver mais pessoas e meios no terreno”.

Eduardo Faria notou que os meios e operacionais que até agora chegaram à ilha açoriana foram os que “estavam planeados desde o início” da crise sísmica, que começou a 19 de março.

“Mais [meios] hão de vir, que já não fazem parte do plano inicial, mas que achamos adequado para ter mais valências, nomeadamente para permitir a rotação e refrescamento de equipas”, explicou.

O presidente da Proteção Civil Regional notou que, até hoje, “a chegada de recursos humanos e materiais” à ilha relaciona-se com o planeamento inicial para instalação de uma resposta rápida, pronta e de qualidade às populações”, caso haja um agravamento dos eventos registados e sentidos.

Eduardo Faria notou que, nas últimas 24 horas, “a atividade sísmica se manteve praticamente estável”.

Na sexta-feira, “devido às condições climatéricas”, não foi possível fazer o reconhecimento das fajãs e dos portos para uma eventual evacuação da população por via marítima em caso de um abalo de maiores proporções ou de uma erupção vulcânica.

Hoje, “uma equipa de fuzileiros, acompanhada por técnicos municipais”, está a fazer “o reconhecimento da zona dos Rosais, para verificar se há alguma zona de maior instabilidade e que cause maior preocupação”, observou.

O responsável indicou na sexta-feira que, “de forma preventiva”, foi determinada a interdição do Farol dos Rosais, “a partir da Vigia da Baleia”.

Tal deveu-se, segundo explicou na ocasião o presidente do CIVISA, ao registo, nos Rosais, de “sete sismos” com “profundidade ligeiramente inferior” aos que se têm verificado no sistema fissural vulcânico de Manadas, onde “continua concentrada a maior parte da atividade sísmica, a profundidades entre os 7,5 e os 12 quilómetros”.

O CIVISA continua sem conseguir explicar a relação entre estes eventos nos Rosais e os que começaram a 19 de março entre a vila das Velas e a Fajã do Ouvidor.

O sismo mais energético desde o início da crise ocorreu na terça-feira, às 21:56 locais (22:56 em Lisboa), e teve magnitude 3,8 na escala de Richter, segundo o CIVISA.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção em curso”.

Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, a ilha de São Jorge tem 8.373 habitantes, dos quais 4.936 no concelho das Velas e 3.437 no concelho da Calheta.

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