"Dizer que o presidente ameaçou boicotar eleições é calunioso", adianta o advogado do sindicato, sublinhando que Armando Ferreira apenas quis alertar para o risco de falta de policiamento no dia das eleições
O SINAPOL vai apresentar queixa em tribunal contra o ministro da Administração Interna e contra "vários comentadores" por "falsidade de ameaça" após José Luís Carneiro ter pedido que o IGAI abrisse um inquérito às declarações do dirigente sindical Armando Ferreiro que, em entrevista, alertou para um eventual boicote às eleições legislativas por falta de policiamento.
Segundo disse o advogado do sindicato policial, Alexandre Zagallo, as declarações de José Luís Carneiro no passado fim de semana colocaram em "causa a violação da independência da autonomia sindical", tal como "o direito à liberdade de expressão".
"Dizer que o presidente ameaçou boicotar eleições é calunioso", adianta o advogado, garantindo que, a par do MAI, serão também feitas queixas contra "vários", referindo-se aos "comentadores" que "tenham crucificado o presidente porque ouviram as declarações do senhor ministro da Administração Interna".
No sábado, em declarações à CNN Portugal, o presidente do Sinapol, Armando Ferreira, afirmou temer que "poderá haver falta de polícias para 10 de março, porque os boletins de votos são transportados pelas forças de segurança e as urnas de voto também". “Eu quero acreditar que isso não vai acontecer. (...) Mas eu não controlo os meus colegas. Eu não tenho mão nos meus colegas.”
De acordo com o advogado do SINAPOL, quem "atirou a primeira pedra foi o ministro quando pretende escrutinar, sindicar as palavras do presidente" deste sindicato. No fim de semana passado, José Luís Carneiro garantiu que que participou à Inspeção Geral da Administração Interna as declarações do presidente do SINAPOL, "que ameaçaram colocar em causa a atividade da PSP durante os próximos atos eleitorais".
