Uruguai-Portugal: há que ser nação valente

Sérgio Pereira , Enviado-especial à Rússia, em Sochi
30 jun 2018, 10:48
Portugal-Espanha

Com William provável mas ainda não seguro no onze (vai fazer um último teste), a seleção sabe que tem de batalhar como se não houvesse amanhã para vencer este adversário. Antevisão e onzes prováveis.

Há que ser nação valente para ir em frente.

Não dá para colocar as coisas de outra forma. Como cantamos todos de cada vez que nos levantamos para celebrar o hino nacional, hoje à noite Portugal tem de ser herói do mar, tem de ser nobre povo e tem de fazer sentir a sua voz e tem de lutar, lutar, lutar, nem que para isso seja preciso marchar contra canhões.

O confronto com o Uruguai não vai ser nada menos do que uma batalha. Do outro lado, recorde-se, vai surgir uma equipa combativa, lutadora, guerreira.

Uma equipa que faz da intensidade colocada nos duelos individuais, mesmo que não faça uma pressão alta, a melhor estratégia para ultrapassar adversários.

O Uruguai não tem nada a ver com Espanha ou Marrocos. Tem muito mais a ver, na forma como jogo, com Irão, aliás. Trata-se de uma seleção bem organizada, que ocupa bem os espaços, que defende bem e faz dessa boa arrumação defensiva os alicerces de todas as vitórias.

Para além de tudo, e nisso é completamente diferente do Irão, tem bons valores individuais. Tem Cavani e Suárez na frente, claro, dois dos melhores avançados do mundo, mas tem também Godín e Gímenez no centro da defesa, Vecino no meio-campo, Bentancur no apoio ao ataque.

Trata-se, portanto, de um adversário individualmente forte e coletivamente muito forte. Um adversário que resgatou os genes uruguaios de vigor, intensidade e firmeza.

Ora por isso vale a pena regressar ao início do texto par dizer que Portugal tem ser uma valente nação. Tem de ter fibra e rigor, energia e ímpeto, força e solidez.

Tem de querer ganhar todos os duelos individuais tanto quanto o Uruguai, sem nunca se desorganizar, para a partir daí abrir espaço ao talento: de Cristiano Ronaldo, de Quaresma, de João Mário ou de Gonçalo Guedes.

Tem enfim de ser um Portugal muito português.

Tem de ter o talento de um Fernando Pessoa, a arte de um Jorge Palma, o rigor de Salgueiro Maia e a capacidade de luta de um emigrante em França. Tem de ter tudo, no fundo.

William muito provável, mas dependente de um último teste

Também por isso imagina-se que Gonçalo Guedes pode voltar a ser titular, para acrescentar à equipa um homem disponível para recuar no terreno e ajudar no combate a meio campo.

A maior preocupação, porém, não está na frente de ataque: não está em saber se o melhor é Guedes ou é André Silva. A maior preocupação está em William Carvalho. O trinco, recorde-se, passou os dois últimos dias com problemas físicos. Nesta altura tudo aponta para que seja opção, mas ainda não é certo: o jogador vai fazer um último teste este sábado.

Se o resultado confirmar a disponibilidade, William ocupará o lugar dele no meio campo. Se não o fizer, a solução pode passar por Manuel Fernandes, que treinou várias vezes a trinco durante a última semana, ou até por Adrien Silva, entrando neste caso Moutinho para lhe fazer companhia.

Enquanto estas dúvidas duram, há uma certeza: há que ser nação valente para seguir em frente.

Equipas prováveis

PORTUGAL:

Suplentes: Anthony Lopes, Beto, Ricardo Pereira, Bruno Alves, Ruben Dias, Mário Rui, Manuel Fernandes, João Moutinho, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Gelson Martins e André Silva.

URUGUAI:

Suplentes: Campaña, Martin Silva, Maxi Pereira, Coates, Guillermo Varela, Carlos Sánchez, Cristian Rodriguez, De Arrascaeta, Stuani, Gaston Silva, Maxi Gómez e Urreta.

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