«Temos uma muralha para tirar da frente» (Rui Costa)

31 ago 2000, 15:58

Médio da Fiorentina e as dificuldades na Estónia O maestro da Selecção Nacional diz que «com ou sem pontas-de-lança» será necessária «muita mobilidade» para contrariar o esquema defensivo dos estónios. Marcar cedo é fundamental, diz Rui Costa, que segue as pisadas de Paulo Sousa no que respeita à crença na conquista de um título.

Começar bem. A frase é uma espécie de lema oficial da operação-Estónia. Os portugueses lembram-se de amargos de boca com equipas do mesmo nível, casos da Arménia e do Azerbaijão, e não se cansam de frisar que a história não foi feita para se repetir. 

Rui Costa, maestro da Selecção Nacional, foi mais um dos jogadores que defendeu a ideia em conferência de imprensa, hoje, quinta-feira, véspera da partida para a Estónia. 

«Com ou sem pontas-de-lança tradicionais, vamos precisar de muita mobilidade, porque temos uma muralha para tirar da frente. A nossa Selecção prepara-se para cada jogo em função do esquema defensivo do adversário e penso que desta vez não fugiremos à regra», começou por afirmar o médio da Fiorentina. 

Quando se fala em começar bem pensa-se na campanha de apuramento para o Mundial, mas também no próprio desafio com a Estónia. Para Rui Costa, marcar cedo é fundamental: «Lembro-me dos jogos da Arménia e do Azerbaijão, em que tudo teria sido mais fácil se tivéssemos marcado um golo. Quando o golo tarda o adversário galvaniza-se e nós tornamo-nos impacientes. E quanto mais tempo passa pior. Queremos resolver as coisas depressa para não chegarmos a essas crises de nervos que depois nos prejudicam.»  

«Europeu não foi um acaso» 

Rui Costa cumpre em Tallinn o seu primeiro jogo oficial da temporada, já que o campeonato italiano se inicia apenas em Outubro. O jogador considera que «seria estupidez» dizer que está no topo da forma, mas considera mesmo assim que se encontra apto para ajudar a preceito a Selecção: «Nos jogos que tenho feito na Fiorentina verifiquei que estou em condições de entrar bem na competição a sério.» 

Paulo Sousa disse ontem (quarta-feira) que Portugal pode conquistar um título europeu ou mundial. Rui Costa segue-lhe as pisadas sem hesitar um segundo quando se lhe pergunta se avança com a mesma previsão: «Mais que uma previsão, essa é uma certeza que temos em relação às nossas capacidades. O que fizemos até hoje permite-nos pensar que poderemos conseguir um título. Aliás, não estivemos longe disso no último Europeu.» 

A «maturidade» da actual Selecção leva a que, na opinião do médio português, «a equipa seja mais consistente e agressiva no bom sentido», factores que sustentam a confiança dos jogadores nas suas possibilidades: «Já provámos o nosso valor. Tudo o que não conseguirmos daqui para a frente vai fazer com que as pessoas achem que o Europeu foi um acaso. E isso nós não queremos, porque de facto não o foi.» 

Rui Costa tem prazer em ver os adeptos portugueses «com grandes expectativas». Mais do que um peso, as esperanças do público são «uma honra para os jogadores, que tudo farão não só para manter como também para aumentar o orgulho dos portugueses na sua Selecção». 

Ainda e sempre com o desempenho na Holanda como pano de fundo, o centrocampista da Fiorentina frisa que «as outras equipas ganharam mais respeito por Portugal e já não pensam que estão a defrontar uns coitadinhos». 

«Dantes, a nível europeu, sabiam o nome de dois ou três jogadores. Agora sabem que jogam contra 20 jogadores conhecidos na Europa e que estão numa das melhores selecções do Mundo», acrescentou. 

A finalizar, Rui Costa deixou palavras de alento para o companheiro de equipa Nuno Gomes e para os outros dois castigados pela UEFA: «O que o Nuno, o Paulo Bento e o Abel Xavier podem fazer agora é esperar. Eles não mereciam estar de fora deste apuramento, mas ainda vão chegar a tempo de terminar esta etapa e depois representar o país na fase final do Mundial!»

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