Sebastião Bugalho é o cabeça de lista da AD às Europeias

22 abr, 19:45
Sebastião Bugalho

Comentador lidera lista que Rui Moreira recusou integrar

Sebastião Bugalho vai ser o cabeça de lista da AD às Eleições Europeias. A CNN Portugal sabe que o convite foi feito por Luís Montenegro e o nome de Sebastião Bugalho foi confirmado ainda esta segunda-feira.

A lista da coligação Aliança Democrática (PSD, CDS-PP e PPM) ao Parlamento Europeu vai ser votada esta noite numa reunião do Conselho Nacional do PSD, marcada para as 21:00 em Lisboa.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, era o nome mais falado para liderar a lista da AD às europeias, o que gerou alguma contestação entre militantes do Porto.

Ao final da tarde,  a CNN Portugal confirmou que Rui Moreira não seria candidato, até porque recusou ser o número dois da lista, conforme a proposta que lhe apresentou Luís Montenegro durante um encontro em Espinho.

Paulo Cunha, vice-presidente do PSD, e Ana Miguel Pedro, indicada pelo CDS-PP, ocupam o segundo e terceiro lugares na lista da AD às europeias de 9 de junho.

De acordo com a lista de candidaturas da AD proposta ao Conselho Nacional do PSD, Hélder Sousa e Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, Lídia Pereira, atual eurodeputada, surgem no quarto e quinto lugar, respetivamente.

Sérgio Humberto, indicado pela distrital do Porto, Paulo Nascimento Cabral e Carla Rodrigues estão colocados respetivamente no sexto, sétimo e oitavo lugar, numa lista em que a candidata indicada pela Madeira, Rubina Leal, aparece em nono.

Sebastião Maria Reis Bugalho nasceu a 15 de novembro de 1995 (28 anos) e é atualmente colunista do Expresso e comentador televisivo da SIC.

Em 2019, concorreu como independente nas listas de candidatos a deputados do CDS-PP, na direção de Assunção Cristas, acabando por não ser eleito. Dois anos mais tarde, podia ter substituído Ana Rita Bessa na Assembleia da República, mas recusou.

Filho mais velho dos jornalistas João Alberto Santos Fernandes Bugalho e Patrícia Reis, Bugalho foi aluno do curso de Ciência Política, no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, tendo dado os primeiros passos no jornalismo no I e no Sol, tendo depois sido comentador na TVI24 e, posteriormente, na CNN Portugal.

No livro “Na cabeça de Ventura”, da autoria do jornalista do semanário Expresso Vítor Matos, relata-se que foi Sebastião Bugalho o jornalista contactado pelo consultor de comunicação João Gomes de Almeida para uma entrevista ao líder do Chega que acabaria por fazer manchete e dar-lhe notoriedade, e em que era divulgado um estudo – cuja veracidade o livro coloca em causa – a ligar a comunidade cigana à sensação de insegurança em Londres.

Em 2020, Sebastião Bugalho foi alvo de um inquérito por suspeita de violência doméstica, que em 2022 acabou arquivado por falta de provas.

Na última edição do semanário Expresso, escreveu um artigo centrado em Luís Montenegro, considerando que o presidente do PSD “mantém como primeiro-ministro o mesmo posicionamento que apresentou durante a sua candidatura ao cargo: nenhum”.

“Desde que se fez líder do PSD, o recém-empossado evitou comprometer-se nas mais variadas matérias, desde a regionalização, em que se opôs a um referendo sem revelar a sua posição, à eutanásia, em que propôs um referendo sem dizer como votaria, culminando no novo aeroporto, em que consensualizou o modelo de escolha sem anunciar (até hoje) para que lado pende. E na campanha eleitoral não foi muito diferente”, disse.

O colunista do Expresso até admite que “para quem chefia um Governo minoritário e lida com um sistema político em mudança, renegar a tática seria impraticável”.

“Mas torná-la a trave mestra da sua ação seria um erro. A ambiguidade enquanto regra tem as suas limitações, porque não pode ser aplicada em todas as ocasiões de igual maneira. É compreensível, ainda que gratuito, encobrir acordos para a mesa da Assembleia da República. É menos aceitável que não se clarifique uma baixa de IRS. As pessoas podem não querer saber quem é o presidente da Assembleia, mas querem certamente saber se vão pagar mais ou menos impostos este ano”, escreveu, aconselhando Montenegro a “estabelecer uma relação com os portugueses”, “que permita as boas e as más notícias, que sobreviva a tragédias e comemorações”.

Sebastião Bugalho defende, neste artigo, que “a tolerância nacional para o teatro esgotou-se: no hemiciclo, na opinião pública e nos eleitores”.

“Há demasiados desiludidos para frustrar mais expectativas. Se alguém julgava que, depois de 10 de março, se poderia continuar como dantes, é com a maior simpatia que escrevo: sr. primeiro-ministro, esqueça isso”, termina.

CDS-PP indica Ana Miguel Pedro

Ana Miguel Pedro, assessora do CDS-PP no Parlamento Europeu, vai ser candidata indicada pelo partido para integrar a lista da Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, no terceiro lugar.

O anúncio foi feito pelo porta-voz do partido Durval Tiago Ferreira aos jornalistas na sede nacional do CDS-PP, onde decorre a reunião do Conselho Nacional do partido para aprovar a lista.

Ana Miguel Pedro Soares, 35 anos, é vogal da Comissão Política Nacional do CDS-PP.

Nas últimas eleições europeias, em junho de 2019, o PSD concorreu sozinho e teve o seu pior resultado de sempre, menos de 22% dos votos, e elegeu seis eurodeputados.

Relacionados

Partidos

Mais Partidos

Mais Lidas

Patrocinados