Até prometem acampar se for preciso: vêm aí greves "inovadoras/fortes" de professores, "sem esgotar os salários" e que podem durar "até ao fim do ano letivo"

26 dez 2022, 12:38
Manifestação de professores em Lisboa

Apesar de o primeiro-ministro ter feito uma mensagem de Natal para dizer que está tudo bem no país, há pelo menos um sector que vai sair à rua em discordância com isso mesmo - eis o que é esperado

O Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.) realiza esta terça-feira em Coimbra um "grande encontro nacional de comissões de greve" e representantes de professores, para decidir "novas formas de luta" já para o mês de janeiro, confirma à CNN Portugal o coordenador do movimento, André Pestana. 

No site do S.T.O.P apela-se às escolas ou agrupamentos que enviem "um ou dois representantes, seja das comissões de greve existentes ou colegas em que os outros reconhecem a energia para representar" a escola, porque o sindicato tem "formas de luta ainda mais inovadoras/fortes para apresentar e sem esgotar os nossos salários".

O S.T.O.P. decretou greve para todo o mês de janeiro de 2023, como forma de protesto pelas últimas decisões do Governo, nomeadamente a transferência da Educação para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Já a Fenprof, a maior e mais representativa organização sindical de professores em Portugal, tem mesmo um contador visível no site com os dias que faltam até 10 de janeiro, data limite que o sindicato dá ao ministro da Educação para "abandonar as suas graves propostas para o regime de concursos" de docentes e para "calendarizar a negociação de soluções para os problemas existentes", nomeadamente a contagem integral do tempo de serviço, a revisão do regime de avaliação de desempenho ou o novo regime de mobilidade por doença.

A organização liderada por Mário Nogueira vai ainda realizar um plenário nacional de dirigentes, delegados e ativistas a 29 de dezembro, "com vista a preparar a luta que recomeçará em 3 de janeiro", prometendo manter a greve ao sobretrabalho e horas extraordinárias até ao final do ano letivo "caso o Ministério não resolva os problemas que levaram à sua convocação".

A Fenprof convocou ainda uma concentração de professores junto ao Ministério da Educação, a 3 de janeiro, para entregar um abaixo-assinado que rejeita a colocação de professores "por diretores ou outras entidades locais". E promete mesmo acampar junto do Ministério caso o ministro não responda "entre 10 e 13 de janeiro" às questões colocadas pela organização sindical.

A Fenprof avançará ainda com greve nacional, distrito a distrito, entre 16 de janeiro e 8 de fevereiro, prevendo para 11 de fevereiro a realização de uma manifestação nacional de professores e educadores.

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