Presidente ucraniano que, segundo relata o The New York Times, tem uma linha direta de comunicação com Joe Biden, sublinha, em entrevista ao canal norte-americano ABC, que o seu homólogo nos Estados Unidos "pode fazer mais"
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou os países ocidentais que a guerra não vai parar na Ucrânia - e um ataque às liberdades lá afetará o resto do mundo.
"Toda a gente pensa que estamos longe da América ou do Canadá. Não, nós estamos na mesma área de liberdade. E, quando os limites dos direitos e liberdades estão a ser violados, vocês têm de nos proteger. Porque nós somos os primeiros, mas a seguir são vocês. Quanto mais o monstro comer, mais ele quer, e mais, e mais".
Durante uma entrevista no ABC World News Tonight esta segunda-feira, Zelensky novamente destacou a necessidade de encerrar o espaço aéreo da Ucrânia - algo que já pediu aos EUA e à NATO, mas sem sucesso.
Não podemos permitir que a Rússia esteja ativa lá, porque eles estão a bombardear, estão a enviar mísseis, helicópteros, caças - muitas coisas", disse Zelensky. "Nós não controlamos o nosso céu."
Zelensky acrescentou que acredita que o presidente dos EUA, Joe Biden, "pode fazer mais" para parar a guerra. "Tenho a certeza de que ele pode e gostaria de acreditar nisso. Ele é capaz de fazer isso", disse Zelensky. Este domingo, o jornal New York Times avançou que o presidente ucraniano tem uma linha direta para conversar com Joe Biden.
Biden "can do more, I'm sure he can," Zelenskyy told @ABC News. https://t.co/uk4kkzHAw8
— ABC News (@ABC) March 8, 2022
As declarações de Zelensky surgem pouco depois de o governador da região de Sumy ter denunciado durante a madrugada desta terça-feira que um ataque aéreo russo destruiu casas e atingiu vários civis, incluindo crianças.
“Aviões inimigos russos lançaram bombas aéreas sobre a cidade e o distrito. Atingiram áreas residenciais de Sumy. Vimos casas destruídas e danificadas, as pessoas ficaram feridas. Há mortos e feridos, equipas de resgate estão a trabalhar no terreno. Entre as vítimas estão crianças”, escreveu o presidente da câmara Dmytro Zhyvytskyy, na sua conta oficial de Telegram.
Sublinhando que “crianças estão a morrer”, Dmytro Zhyvytskyy questionou: “De que tipo de guerra e de que regras em geral podemos falar quando o exército russo mata, destrói, lança bombas em civis?!” De acordo com o jornal Kyiv Independent há 10 mortos a registar.
⚡️Children among dead after Russian air raid on residential buildings in Sumy.
Head of Sumy Regional State Administration Dmitry Zhivitsky said in a video message on Facebook on March 7 that at least 10 people were killed as a result of targeted bombings by Russia on Sumy.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) March 8, 2022
The head of the #Sumy Regional State Administration, Dmytro Zhyvitsky, reports that #Russian planes dropped bombs on residential areas of the city.
There are dead and wounded, including children. pic.twitter.com/9YaKRvACsH
— NEXTA (@nexta_tv) March 8, 2022
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.